Vereadores voltam a cobrar a Saneago para que acabe com a falta de água em Anápolis
A falta de água em Anápolis foi tema do discurso de diversos vereadores na tribuna na sessão desta quarta-feira (13.set).
Primeiro a tecer críticas à Saneago, o vereador Antônio Gomide (PT) afirmou que no 19º ano de Marconi Perillo (PSDB) e seu grupo à frente do governo estadual, é chegado o momento de se fazer o balanço de tudo que ele prometeu na área do saneamento em Anápolis.
“O governador tinha a responsabilidade de ampliar o sistema, mas se passaram 19 anos e a gente ainda vê bairros sem água”, frisou Gomide, citando alguns setores que estão sofrendo com desabastecimento nos últimos dias: Santo Antônio 2ª Etapa, Nações Unidas, IAPC, Boa Vista, Jardim Promissão e São Cristovão.
O vereador lembrou que o contrato de concessão dado à Saneago foi prorrogado em 1988 e desde então passaram diversos prefeitos na gestão municipal, que ouviram a promessa de que o problema da falta de água seria resolvido, mas nada foi feito até hoje de maneira definitiva.
Gomide comentou que a resolução passa pela política, já que graças à força do ex-prefeito José Gomes, que era próximo de Marconi e tinha influência na Saneago, Itumbiara tem hoje 100% de água tratada e esgoto.
O vereador Jakson Charles (PSB) também falou na tribuna da atuação da Saneago na cidade. Líder do prefeito na Casa, ele afirmou que Roberto Naves (PTB) tomará as devidas providências se a empresa estadual não resolver o problema do desabastecimento em Anápolis. Jakson cobrou uma agenda para que todos os vereadores visitem a obra que a Saneago tem feito na região do Capivari, para saber se de fato ela tem avançado.
O vereador Mauro Severiano (PSDB) comentou que tem batido na tecla da falta de água desde 1994, ou seja, desde o “século passado”. “É uma firma que leva R$ 10 milhões por mês de Anápolis e lá no São Cristovão, por exemplo, onde vivem 1,8 mil pessoas, não tem água há cinco dias”. Segundo ele, o que a Saneago faz é uma vergonha e que em 2022, quando o contrato de concessão vencer, é preciso pensar bem e não renová-lo. “A cidade cresceu, novos bairros foram criados e a Saneago encolheu em Anápolis”, completou o tucano.
Para o vereador Domingos Paula (PV), a sequência de promessas feitas pelo atual governador ao povo anapolino só são reforçadas no período eleitoral, inclusive com visitas frequentes de Marconi Perillo à cidade. A inoperância da Saneago, segundo ele, é só mais um dos itens não resolvidos pelo gestor tucano e que emperram o dia a dia de Anápolis. Domingos afirmou que se a estatal não resolver o problema do desabastecimento definitivamente, o prefeito Roberto Naves tem vontade e meios legais de buscar outros caminhos para o saneamento básico local.
Também em discurso na tribuna, o vereador Lisieux José Borges (PT) lembrou que realizou audiência pública na Câmara Municipal no primeiro semestre, com a presença do presidente da Saneago, Jalles Fontoura, com “certa resolutividade”, mas que agora, diante do quadro apresentado pelos colegas e as reclamações da população, pode-se perceber que o planejamento não foi cumprido pela empresa.
“Naquele momento disseram que a falta de água era devido a uma rede mal planejada. A representante da Saneago na cidade disse que o suprimento do produto era suficiente [para atender a demanda], pois estava se resolvendo o problema da captação, tratamento e reservação da água. Diante disso, é um absurdo a gente constatar que ainda falta água em Anápolis”, discursou Lisieux.
O vereador petista explicou que a nova captação no Capivari pouco resolverá para a cidade no futuro, servindo apenas para cobrir a demanda atual, sem projeção de crescimento. “Por isso colaboro nessa luta dessa Casa de cobrar da Saneago que faça as obras necessárias e prometidas ao anapolino”, concluiu Lisieux.
O vereador Leandro Ribeiro (PTB) comentou que a luta para que se resolva o problema da falta de água é uma obrigação da Câmara Municipal e apartidária. “Quero que o [vereador] Pastor Elias Ferreira [PSDB], meu amigo, leve um recado ao vice-governador José Eliton, que será candidato em 2018: para que ele olhe para nossa cidade com mais carinho”, afirmou.
Leandro pediu para que o governo não apareça na cidade, que tem o terceiro maior PIB de Goiás, apenas na época da eleição. “Que olhem a cidade todos os dias, que não mandem só coisa ruim para nós, como mandaram os presos para o presídio não inaugurado”, reforçou. Ele também destacou que há 20 anos Goiás tem o mesmo governo, mas o problema da água em Anápolis nunca é resolvido. “A transposição do Capivari para o Piancó não resolve em definitivo, é preciso uma solução mais ousada, tem que ter um reservatório maior”, concluiu Leandro.