Vereadores criticam operação tapa-buracos

por cma — publicado 21/03/2012 00h00, última modificação 14/06/2016 11h23
Afirmação é que a massa asfáltica, que a empresa responsável pelo serviço utiliza, é inferior ao material usado no asfalto cortado O serviço de tapa-buracos, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano Sustentável, foi motivo de debates calorosos durante a sessão ordinária da última terça-feira (20/03), na Câmara Municipal. Um dos críticos da questão, mais uma vez, foi o presidente da Casa vereador Amilton Batista (PTB). Em uma de suas declarações polêmicas o petebista chegou a dizer que renuncia seu mandato de vereador caso o prefeito ou o secretário de infraestrutura, Clodoveu Reis, consiga provar que o serviço de tapa-buracos na cidade é de boa qualidade.
 Vereadores criticam operação tapa-buracos

Vereadores criticam operação tapa-buracos

“Eu faço esse desafio. Tem 18 anos que acompanho esse serviço que é uma porcaria, não vamos misturar as coisas, uma coisa é uma gestão empreendedora, a outra é aceitar que existem problemas concretos e partir para resolvê-los”, destacou o presidente. Amilton Batista citou o exemplo do Bairro Guanabara onde as obras de asfalto foram inauguradas há menos de seis meses. Segundo ele, o setor está recheado de intervenções feitas pelo Saneago, com grandes buracos abertos pelas vias comprometendo a pavimentação no local.
 
 “O problema é recorrente em toda a cidade. Amanhã já imagino a resposta que vou receber. O vereador reclama porque está em ano eleitoral, então ele quer ganhar votos”, criticou. Depois de ler os requerimentos destinados ao serviço de tapa-buracos apresentado pelos vereadores o presidente da Câmara Municipal afirmou o sentimento que paira no Legislativo é que os vereadores estão nadando contra a maré. “A Prefeitura acha que está tudo normal, a Saneago também. E não vejo a Prefeitura que é a dona do serviço fazer nada para mudar”, falou.
 
De acordo com o parlamentar o prefeito tem o poder de cobrar o cumprimento do contrato assinado entre a estatal e o município. Ele afirma que qualidade da massa asfáltica utilizada pela empresa que faz o tapa-buracos na cidade é totalmente inferior ao asfalto que é cortado. Amilton Batista também acrescentou que não da para discutir requerimento de tapa-buracos o ano inteiro sem que a população ou até os vereadores enxerguem melhorias no serviço prestado. “Não é possível que o prefeito nunca escuta o que falamos na Casa. Ele tem o poder de cobrar o cumprimento do contrato assinado com a Saneago, fazer valer as suas cláusulas”, pontuou.
 
Todo o desabafo de Amilton Batista foi motivado depois que o vereador Wesley Silva (PMDB) usou o grande expediente e mostrou fotos da situação de várias ruas do Jardim Alvorada onde, há dois meses, foram implantadas redes de esgoto. O peemedebista disse que o asfalto foi cortado pela Saneago e, que a malha viária recuperada não suportou dois meses. “A massa que a empresa usa para tapar os buracos da cidade é tão ruim que um mesmo serviço é executado, duas, três, até quatro vezes em vão no mesmo lugar. Tapa-se hoje, em quinze dias os buracos voltam a aparecer”, criticou.
 
O vereador Valmir Jacinto (PTC), também engrossou as reclamações. O petecista citou que na porta de sua casa existe o problema de um buraco que já foi tapado, mas que insiste em aparecer ficando sem massa asfática por meses. “E a população entende que se o vereador não consegue resolver um assunto na porta de sua casa o que ele pode fazer pelo resto da cidade?”, questionou. Para Valmir Jacinto o momento é bastante propício para realização de uma audiência pública voltada para discutir essa prestação de serviço de má qualidade na cidade e que ele se encarregará de agendar os debates. 
 
Mauro Severiano (PDT) informou, ainda durante a sessão ordinária, que a Saneago arrecada mensalmente, só em Anápolis, cerca de R$ 7 milhões. O vereador afirmou que é a favor das intervenções feitas no asfalto com objetivo de estender a rede de esgoto ou de água tratada pelo município, porém o pedetista defende que a população merece ter o retorno esperado de acordo com ganhos da empresa. “Tem que cobrar o cumprimento do contrato sim. A Saneago que faça seus cortes, mas que cobre que os buracos sejam tapados com material resistente, e que a Prefeitura também se responsabilize pelo problema”, comentou.
 
Para amenizar as declarações dos vereadores, o líder da bancada pestista na Casa, Luiz Lacerda (PT), afirmou “que as críticas acontecem quando os problemas são enxergados. Sempre que precisar, os vereadores vão interceder pela população e esse é o papel do parlamentar”, afirmou. 
 
 
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