Sessão especial reforça cuidados permanentes com crianças e adolescentes
Em alusão ao 'Maio Laranja', mês destinado ao combate e prevenção do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, a Câmara Municipal de Anápolis realizou uma sessão especial com autoridades que trabalham na rede de proteção de crianças e adolescentes da cidade.
A iniciativa foi da vereadora Seliane da SOS (MDB), e contou com as presenças da vereadora Cleide Hilário (Republicanos), do juiz da Infância e da Juventude, Carlos Limongi e da titular da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente, delegada Kênia Segantini.
"O dia 18 de maio é simbólico por ser a data destinada para prevenção do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Mas esse assunto deve ser tratado todos os dias até por conta da sua complexidade", destacou a Seliane da SOS.
A vereadora disse que o Legislativo anapolino está engajado na rede de proteção que existe na cidade e garantiu vai continuar trabalhando a pauta da proteção desse público em seu mandato.
"Sou mãe. Na minha família já tivemos um caso de abuso e é muito difícil a superação. Quem passou, sabe. Então esse é o segundo ano que realizamos essa sessão para que o debate sobre a proteção às crianças esteja sempre em evidência", citou.
O Juiz da Infância e Juventude, Carlos Limongi Sterse falou sobre a rede de proteção que existe na cidade há 18 anos. Ele citou os órgãos que fazem parte do núcleo e como cada um deles podem ser acessados. Limongi destacou que também é preciso trabalhar com informações compreensíveis para que as crianças identifiquem quando estão sendo vítimas de abuso.
O juiz conclamou que os pais e responsáveis foquem na prevenção. "É o melhor remédio, porque depois que o abuso acontece, vem o remédio, mas sempre ficam as cicatrizes. As escolas precisam contar com apoio das famílias e os órgãos de proteção estão disponíveis para acolher e orientar", frisou.
Limongi reforçou ainda que, "apesar de difícil, questão do abuso infantil existe, de adolescentes existe e precisa ser falado. Vamos ouvir e prestar atenção nas nossas crianças. Todos os dias. Elas nos dão sinais", clamou.
A sessão solene teve a participação das alunas do Colégio Adventista. Acompanhadas da professora Érica, as jovens Luísa e Laura Cabette e Ana Laura mostraram, através de uma apresentação com fantoches, como a informação, repassada de maneira adequada, pode salvar as crianças e os adolescentes dos abusadores.
"Estamos sempre trabalhando com orientação junto aos nossos alunos. Para cada fase temos uma mensagem para que as crianças compreendam como perceber sinais das abordagens abusivas e como elas devem se comportar diante das situações", frisou a professora.
Já a titular da DPCA, delegada Kênia Segantini, disse que infelizmente "Em Anápolis estamos percebendo o aumento, são muitas as denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. E nem todas chegam até o conhecimento da polícia. "Porque muitas vezes o envolvido é o familiar, o padrasto, o avô, um conhecido da família", alertou.
A delegada disse ainda que antes de cometer o crime, o abusador ganha a confiança da vítima e até da família. E muitas vezes, por falta de orientação, a criança não sabe que está sendo assediada, passa ser chantageada e cai numa rede de assédio permanente.
"E é um ciclo muito traumático, porque ela passa a ser ameaçada, amedrontada. Então as famílias tem um papel muito importante, em prevenir, mas, em caso de identificação do crime, denunciar para que o agressor seja identificado, afastado dessa criança e punido. Nunca fica em só uma vez. Afastar a criança e o adolescente desse criminoso, é fundamental", pediu.
Presenças
Estiveram presentes ainda o psicólogo da DPCA, Valdeir Leite, a presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), Márcia Beatriz Dias dos Santos, o presidente do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Anápolis, o advogado Issac Marcelino, o vereador de Abadiânia, Rodrigo Belém e ainda os conselheiros, Erci Maria, Lídio José, Ronilda Lisboa e Ângela Aparecida.
Os alunos do curso de Direito da Faculdade Raízes também participaram dos debates apresentando perguntas e sugestões de melhorias para rede de proteção das crianças e adolescentes. Eles estavam acompanhados da professora Gheiza Espíndola.