Professora Geli repercute paralisação de professores pelo piso nacional da categoria
Em discurso na tribuna, na sessão desta terça-feira (3.mar), a vereadora Professora Geli (PT) repercutiu paralisação dos professores da rede municipal, cuja principal reivindicação é o reajuste salarial seguindo o índice do piso nacional da categoria, mais reposição de perdas acumuladas de outros anos.
“Hoje meus queridos amigos professores estão na rua pedindo reajuste. Quando digo piso, é o menor salário da educação, pois professor deveria estar recebendo além do teto. A valorização dos professores precisa ser maior do que o céu, porque é a educação que transforma os homens, e os homens que transformam a sociedade”, iniciou a vereadora.
Geli repercutiu questionamento que ela havia feito ao prefeito Roberto Naves (PP), na audiência do dia 28 de fevereiro de prestação de contas do último quadrimestre de 2019.
“Questionei o prefeito em relação a uma planilha que consultei no demonstrativo da despesa com o pessoal. Passei a ele que consta despesa de 47,66% em documento do TCM [Tribunal de Contas dos Municípios]. E na prestação de contas, o prefeito passou [índice] maior, que está mais de 50%. Aí fiz a ele esse questionamento porque estava havendo incoerência nos dados da prefeitura e do TCM. Então o prefeito me entregou uma certidão que falava que aquela planilha não podia ser impressa, pois os dados não estavam atualizados”, afirmou a vereadora.
Segundo Professora Geli, quando foi colocado na audiência que o município gasta 29% com a educação, é preciso valorizar leis aprovadas na Câmara, como o Plano Municipal de Educação, que preconiza o aumento gradativo do investimento na área. De acordo com essa lei, informou a vereadora, esse investimento em educação deveria estar em 30% atualmente.
Professora Geli informou ainda que esteve com o diretor financeiro da Secretaria Municipal de Educação, que lhe passou os valores repassados anualmente pelo Fundeb. Segundo ela, o pedido foi feito porque o prefeito prometeu repassar aos professores o reajuste que o governo federal concede ao Fundeb.
“Em 2018 o piso nacional seria de 6,81%. O prefeito deu aumento de 2,95% e o reajuste do Fundeb foi de 8,7%. Portanto ele concedeu a menor. Já em 2019 o reajuste do piso deveria ser de 4,17%, mas a prefeitura concedeu 3,75%, enquanto o reajuste do Fundeb foi de 6%” explicou a vereadora.
Professora Geli disse ainda que se for comparado anualmente, o reajuste dado aos professores sempre é menor do que o repasse à administração municipal. Ela fez comparativos com valores: “em 2019, o gasto foi de R$ 136.370.764,42, mas o município recebeu R$ 139 milhões, quase R$ 4 milhões a mais”.
Segundo a vereadora, os professores “não estão gritando ao léu”, pois têm esses dados para negociar o reajuste salarial. “Portanto, a categoria está exercendo o mais justo e legítimo direito, o reajuste de 12,84% do piso mais as perdas de outros anos, em um total de 17,55%”, finalizou.