Professora Geli lidera reunião com Sintego e professores da rede estadual
A presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal, vereadora Professora Geli Sanches (PT), acompanhada dos vereadores João da Luz (PHS), Thaís Souza (PSL) e Domingos Paula (PV), receberam nesta quinta-feira (6.abr), membros do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e docentes da rede estadual, que solicitaram apoio político para sensibilizar deputados em relação às Propostas de Emenda à Constituição 3548 (estadual) e 287 (federal).
Geli recebeu ofício assinado pelo presidente do Sintego em Anápolis, José Natal, e a secretária geral da entidade, Maria Lúcia Pereira de Souza, entregue pela vice-presidente Alibertina Eulália de Queiroz.
O documento diz que a PEC 3548 congela reajustes salariais de servidores estaduais por dez anos, pondo fim no período ao piso e data-base, além da progressão de carreira, comprometendo os direitos como licença prêmio, quinquênio e suspensão de concursos públicos.
O texto ainda fala da PEC 287, relacionada à reforma da Previdência Social, que segundo o Sintego vai alterar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, aumentando o tempo de contribuição de 15 para 25 anos, sendo que para a aposentadoria integral serão necessários 49 anos de contribuição. A proposta também extinguiria a aposentadoria especial do magistério.
A vereadora Professora Geli se comprometeu a apresentar Moção de Apoio às reivindicações do Sintego, para ser colocada sob apreciação do plenário na sessão da próxima segunda-feira (10.abr). Além disso, será organizada uma audiência pública para mobilizar autoridades e discutir o assunto em Anápolis. Geli ainda disse que poderá articular encontro da Comissão de Educação da Câmara Municipal com órgão semelhante da Assembleia Legislativa de Goiás, para pedir apoio dos deputados à causa dos professores.
O encontro também serviu para os professores apresentarem diversas demandas aos vereadores. A professora Fernanda Santiago falou sobre o baixo vencimento dos docentes da rede estadual, apesar de muitos terem preparo de alto padrão, com mestrado e doutorado em diferentes áreas do conhecimento.
Já Simone Cintra Duarte Amorim lembrou que o piso nacional não é pago pelo Estado. “Não temos reajuste adequado, portanto não temos profissionais novos e capacitados interessados na rede pública”, comentou a professora. Segundo ela, educação é progressão, ou seja, não adianta o Município fazer um bom trabalho, se os estudantes que chegam ao Estado não tem um ensino de qualidade. Sobre a PEC 287, Simone disse que fisiologicamente o organismo do professor não aguentará ficar tanto tempo na sala de aula, até que consiga se aposentar.
A professora Sônia Cintra Duarte Alecrim frisou que a categoria não pede aumento, pois entende a crise econômica enfrentada pelo País, mas que ao menos o Estado dê a recomposição salarial baseada na inflação do período, evitando o achatamento dos vencimentos.
A secretária para Assuntos do Pessoal Administrativo do Sintego, Nilva Rodrigues Soares, denunciou a falta de data-base para sua categoria. Segundo ela, tem colegas que recebem R$ 300 no contracheque, com um complemento para se chegar ao valor do salário mínimo.
Coordenadora do EJA (Educação de Jovens e Adultos), a professora Ivana Aparecida de Oliveira Tomé disse que o programa tem feito contrato com pessoas com formação profissional que não condiz com a matéria que ela vai ministrar em sala de aula. “Uma estudante de engenharia civil foi contratada para dar aula de ciências. É a seleção para quem quer, pois o salário de R$ 1,1 mil não é atrativo”, explicou.