Professora Geli defende projeto que dispõe sobre apresentação de artistas de rua em locais públicos
Em discurso na tribuna, nesta quarta-feira (15.abr), a vereadora Professora Geli (PT) apresentou defesa de autógrafo de lei de sua autoria, com coautoria do vereador Lélio Alvarenga (PSC), que dispõe sobre a utilização de espaços públicos da cidade por artistas de rua. O texto recebeu veto do prefeito Roberto Naves (PP).
“Faço essa exposição dentro daquilo que sinto, que penso e aquilo que defendo desde o primeiro dia que entrei nessa Casa. Não quero ser hipócrita, como ontem [14.abr] fui adjetivada nessa Casa. Aliás, acredito que hipocrisia é ir para as ruas pedir voto, e quando votamos em projeto favorável ao cidadão, opta-se pelo Executivo e não pela lei”, disse Professora Geli.
Ela afirmou ainda que respeita argumentos e opiniões, pois respeita a democracia. Em seguida, a vereadora fez uma defesa da cultura e do mérito da sua propositura.
“Minha bandeira é a educação e não a vejo desassociada da cultura e do esporte. Cultura é somatória de costumes, tradições, de sentir o mundo. E ser é pertencer. Pertencer a um lugar, ao povo, a uma fé e a um grupo. E a rua é um espaço de pertencimento. Não só a rua, mas os espaços públicos de forma geral. E eles são a forma mais democrática da cultura popular. E a livre expressão artística é uma garantia nacional”, prosseguiu.
Professora Geli disse que na sua concepção, o ideal seria que o artista chegasse ao espaço, estendesse o pano ou utilizasse o instrumento, para que ele pudesse manifestar sua arte, “elevasse a alma daqueles que gostam, alegrando famílias inteiras”.
“Mas infelizmente é preciso a lei para que possamos coibir alguns atos de truculência, como o que ocorreu aqui na cidade com o artista que tentou se apresentar no Parque Ipiranga e foi impedido por alguns policiais encaminhados, segundo ele, por uma autoridade que não se sabe quem”, ressaltou Professora Geli.
A vereadora comentou que esse artista só não foi preso porque houve intervenção da então secretária de Cultura e de populares. Depois do episódio, prosseguiu Geli, o Conselho Municipal de Cultura provocou a Câmara Municipal para criar a lei. “E esse projeto de lei não nasceu na cabeça do [artista circense Israel] Stalin e nem do conselho, mas foi inspirado em outros municípios, como Curitiba, Rio de Janeiro, Teresina e Nova Iguaçu”, completou.
Para a vereadora, mesmo tendo relevância social, alguns projetos não são aprovados por falta de interesse político. Ela explicou que a propositura que recebeu o veto preconiza regulamentação do Executivo, pois ela havia sido informada que a administração agia no sentido de propor regras para uso dos espaços públicos.
Professora Geli defendeu a independência dos poderes. “E esse projeto, se vocês se lembram bem, foi discutido arduamente aqui, ocupou uma sessão quase toda, inclusive com emenda do vereador Lisieux [José Borges, do PT]. E da mesma forma foi discutido nas comissões”.
“Quero clamar pela consciência de cada um dos pares, que possa valorizar o nosso trabalho e manter nossa decisão”, prosseguiu a vereadora. Professora Geli explicou que não irá apresentar uma indicação ao prefeito caso o veto seja mantido, pois em outros momentos, quando tomou essa iniciativa, não foi atendida.
“Meu projeto do estacionamento para autistas que foi rejeitado: apresentei indicação e até hoje não vi laço dos autistas nos estacionamentos da cidade. Quantas indicações não viram lei?”, comentou a vereadora.