Presidente do Conselho da Comunidade de Execução Penal, Gilmar Alves, pede que vereadores trabalhem contra regionalização de novo presídio
Presidente do Conselho da Comunidade de Execução Penal, Gilmar Alves, pede que vereadores trabalhem contra regionalização de novo presídio
Convidado pelo vereador Jakson Charles (PSB), o presidente do Conselho da Comunidade de Execução Penal (CCEP) de Anápolis, o advogado Gilmar Alves, participou da sessão ordinária da manhã desta quarta-feira (21.fev). Durante sua passagem pelo Legislativo, o advogado solicitou que os vereadores se mantenham unidos e continuem trabalhando contra a regionalização do novo presídio da cidade, inaugurado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), no dia 16 de fevereiro.
“Essa questão de construção, inauguração e agora utilização do presídio, eu considero como uma guerra”, lamentou Gilmar Alves reforçando que a hora de as autoridades políticas, judiciárias, empresariais e sociedade organizada batalhar contra essa decisão do Governo de Goiás “é agora”.
O presidente do Conselho da Comunidade de Execução Penal lembrou que em 2009 a Câmara Municipal aprovou uma lei autorizando a Prefeitura a doar um terreno para o Estado que ficaria responsável pela construção de um novo presídio. O objetivo da parceria era resolver os problemas de superlotação da cadeia pública de Anápolis. Segundo ele, a regionalização da nova unidade prisional, por parte do Governo de Goiás, vai exatamente na contramão do que diz a lei aprovada pela Casa à época.
Gilmar Alves também falou sobre a transferência dos 65 presos de Anápolis para Formosa, ação que aconteceu na manhã de terça-feira (20.fev). Uma informação importante a respeito desse assunto, segundo o advogado, é que nem todos os detentos que foram transferidos de Anápolis para outra comarca, são condenados, portanto, não deveriam ter sido levados da cidade.
O presidente do CCEP garantiu que não é contrário a transferência de presos, caso haja necessidade. Ele disse que apenas não concorda com a maneira que essa transferência foi feita. "Através de uma decisão do governo estadual". Segundo Gilmar Alves, os presos podem, e devem ser transferidos desde que hajam justificativas avalisadas pelo Poder Judiciário através da Vara de Execução Penal.
“Quando se levam presos de Anápolis, podem esperar que trarão presos de fora. O presídio foi regionalizado em uma lei aprovada sem qualquer discussão com a comunidade anapolina recentemente na Assembleia Legislativa. Isso é um absurdo”, destacou Gilmar Alves acrescentando que a cidade de Formosa já está mobilizada a respeito dessa situação, “juízes e políticos da cidade pretendem acionar o governo”, comunicou.
União
Gilmar Alves reforçou que a união de esforços será fundamental para tentar reverter a decisão de regionalizar o presídio. Ele destacou que há um ano, presos de Aparecida de Goiânia foram trazidos para Anápolis sem qualquer comunicado prévio por parte do Governo de Goiás com as autoridades políticas e do Judiciário anapolino.
“E eles só foram devolvidos para sua comarca de origem porque a Câmara Municipal, Prefeitura, Judiciário, empresários, o nosso conselho, batemos o pé. Caso contrário, estariam aqui até hoje”, evidenciou.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Amilton Filho (SD), garantiu que o Legislativo vai somar forças contra essa decisão de regionalizar o novo presídio. Segundo o parlamentar, já ficou acertado que a assessoria da Casa entrará em contato imediato com o Secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior, para discutir o problema. "Vamos propor uma audiência pública aqui na Câmara. Caso não tenha agenda imediata para isso, vamos agendar uma reunião entre o secretário e os vereadores, seja em Anápolis ou até mesmo em seu gabinete em Goiânia", garantiu.
“Pode contar com nosso esforço. Todos os 23 vereadores são contrários a regionalização. A questão carcerária de Anápolis, assim como a segurança pública, são temas constantes de debates na Casa, e estamos mobilizados. Vamos cobrar, ir atrás das autoridades competentes para expor nossa insatisfação e a preocupação com as medidas que foram tomadas unilateralmente”, continuou Amilton Filho.