Presidente da Câmara manda abrir processo disciplinar para apurar denúncia sobre participação de servidores nos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília
Presidente da Câmara manda abrir processo disciplinar para apurar denúncia sobre participação de servidores nos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília
O presidente da Câmara Municipal de Anápolis, vereador Domingos Paula (PV), determinou, na manhã desta terça-feira (10.jan) a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar denúncia de participação de servidores do legislativo anapolino, nos atos antidemocráticos, de vandalismo e de depredação das sedes do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) ocorridos no domingo (8.jan), em Brasília (DF).
A decisão do presidente ocorreu após uma reunião realizada nesta terça-feira, no gabinete da Presidência, com a presença de todos os demais membros da Mesa Diretora; do procurador geral Maurílio da Silveira Alvim Júnior; e do diretor legislativo Carlos Alberto Lima. E acontece após denúncia formulada junto à Controladoria Geral da Câmara Municipal, na qual foram anexados fotos e vídeos postados nas redes sociais do próprio denunciado.
Domingos Paula descartou qualquer ato liminar de afastamento do servidor denunciado, antes do trâmite do devido processo legal. Assim, além de determinar a instalação do PAD, nomeou comissão formada por três servidores do legislativo, que atuarão como relatores do processo. São eles o diretor legislativo, Carlos Alberto Lima; o subprocurador da Câmara, Nivaldo Camilo Filho; e o assessor administrativo da Diretoria Legislativa, Isaac Víctor Oliveira de Souza.
A partir de agora, informou Maurílio Alvim, em acordo com o que determina o art. 79 da Lei 4.106, que define as regras para a condução do processo disciplinar, após o recebimento da denúncia, serão intimados os servidores e o vereador em cujo gabinete estão lotados os denunciados. O procurador revelou que, na denúncia encaminhada à Ouvidoria, o denunciante faz menção que os servidores teriam comparecido ao ato a mando do vereador, “mas essa questão será matéria de prova no PAD”.
Maurílio Alvim disse ainda que a denúncia fala sobre mais de um servidor da Câmara presente aos atos antidemocráticos em Brasília, “mas nomina um específico do gabinete de um vereador”. As fotos e vídeos anexados à denúncia, explicou o procurador, “são sérias” e “comprovam que o servidor estava no local, subindo a rampa do Congresso Nacional, se colocando no telhado, que é um local restrito”.
O procurador lembrou que a situação que se configurou a partir dos acontecimentos registrados em Brasília no domingo (8.jan) “é algo novo” e que a Procuradoria da Câmara Municipal entende como algo “forte”. As imagens que acompanham a denúncia, disse, comprovam que “houve sim invasão”. Segundo ele, o servidor denunciado deve apresentar defesa prévia em 24 horas. E que, de acordo com a lei, terá 10 dias para apresentar uma defesa mais robusta.
A Presidência da Câmara Municipal e a Mesa Diretora como um todo, disse Maurílio Alvim, foram enfáticos no sentido de que seja garantido o devido processo legal, “oportunizando ampla defesa e agir como estabelece a legislação”. Após a apresentação da defesa preliminar, conforme prevê a Lei nº 4.106, se restar motivação para um possível afastamento, explicou o procurador, tal decisão deve ser tomada pelo Presidente do Legislativo. “A procuradoria acompanha o desenrolar do processo, para nortear as diretrizes para o devido processo legal, mas a decisão final em adotar alguma medida é do presidente do Legislativo”, concluiu.
(Foto: Ismael Vieira / Diretoria de Comunicação e TV Câmara)