Pastor Elias realiza reunião sobre onda de assaltos em farmácias
Os proprietários e funcionários de farmácias de Anápolis vivem com medo com a freqüência de assaltos nos estabelecimentos da cidade. Preocupados com os constantes crimes, o vereador Pastor Elias Ferreira (PSDB), realizou uma reunião na 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil, na tarde de quarta-feira (05.jun) com proprietários de farmácias e representantes, e autoridades policiais, para tentar amenizar a situação.
O parlamentar contou que foi procurado por diversos proprietários do ramo, que reclamaram do alto índice que assustam a categoria. “Sabemos que os assaltos acontecem em todas as áreas da cidade. Se fizéssemos uma reunião para tratar toda a abrangência, não caberiam todos aqui. Não podemos mais para conviver com essa situação em nossa cidade”, declarou o tucano.
O delegado regional da 3ª DRPC, Fábio Vilela, anfitrião da reunião, comentou que o problema atinge a sociedade civil como um todo, e não somente um segmento comercial específico. “É claro que, devido aos locais e horários de funcionamento, as farmácias ficam vulneráveis a bandidagem. Não quero que vocês acreditem que a Polícia Civil consiga resolver o problema, mas podemos agir quando houver o registro de ocorrência, para fazer um mapeamento das ações dos marginais”, afirmou.
“Quando o vereador pediu a reunião, vimos que muitos não fazem o boletim de ocorrência, portanto não temos a ciência de todos os fatos concretos. Temos um sistema prisional que não funciona, um sistema judiciário que tampouco funciona. Não seria justo fazer com que os nossos servidores consigam resolver o sistema. Mas é importante realizar essa reunião, para conquistar soluções. Quando conseguimos direcionar nossa atenção, temos ações mais concretas”, completou.
O delegado disse ainda que a maioria dos casos está concentrada nas áreas centrais e norte da cidade. “Pretendemos subsidiar de todas as formas. Já tivemos ações que foram realizadas com sucesso, através de trabalho integrado da policia civil e policia militar. Acredito que, a partir desta reunião teremos ações exitosas e vamos reduzir o número de casos”, pontuou.
Coronel Freitas, Comandante do 3º CRPM de Anápolis, falou que o sistema atual está defasado, e a policia militar é cobrada por algo que deveria funcionar corretamente. “De forma prática, precisamos saber o que está acontecendo e esta reunião já é um começo. Também precisamos de dados. Quando não temos conhecimento, deixamos de lado. Reclamem, se manifestam, façam associação com representantes para reclamar, para que possamos identificar o problema”, destacou.
Coronel Freitas também explicou que tem um programa de apoio a segurança, que pode contribuir para prevenir futuras ocorrências. “Em primeiro lugar, escolham bem seus funcionários, orientem para que saibam identificar um ladrão, identificar atitudes suspeitas. Quando o bandido nota que estão organizados, procura outro lugar”, disse.
Major Rodrigo Bispo, Comandante da CPE Anápolis, responsável pela patrulha da região norte, disse que seu trabalho é realizado através de patrulhamento, e para isso precisa ter visão do local. "Cortinas e toldos, atrapalham a visão. Às vezes, o policial está passando na porta do estabelecimento e não sabe o que está acontecendo dentro do local. Muitas vezes a demora pra ocorrência atrapalha, pois chegamos depois apenas para preencher papel. Tentamos prevenir o crime, e prender o ladrão, mas nem sempre é possível”, ressaltou o major.
Os representantes das farmácias contaram que existe um grupo de whatsapp criado pelos funcionários do setor, com mais de 200 integrantes. Quando ocorre um furto em alguma farmácia, o grupo é avisado. O coronel Freitas pediu para que a polícia faça parte do grupo, para agilizar em caso de ocorrência.
A Delegada Titular do 1º Distrito Policial, Dra Geinia Maria Etherna acredita que esta reunião dará a oportunidade de ver atrás das grades alguns autores dos crimes. "São muitas farmácias, mas precisamos que as pessoas compareçam a delegacia para que possamos formalizar os inquéritos policiais. Se não houver cobrança, vamos achar que está tudo bem. A vítima precisa ir atrás das autoridades. Todo caso é importante", alertou a delegada.
O proprietário de farmácia Magdiel Souza Rodrigues reclamou que as quase 300 farmácias que existem em Anápolis pagam seus impostos, mas não trabalham com segurança. "Estamos à mercê da bandidagem. Os bairros Vila Jaiara, Maracanã, Pirineus e Bairro de Lourdes estão com o maior foco de assaltos. Já fomos assaltados e não fizemos ocorrência. Já fiz um Boletim de Ocorrência uma vez e um policial disse que não adiantaria nada. Outra vez, liguei e me informaram que não poderiam enviar viatura. Muitas vezes os bandidos saem de uma farmácia e vão pra outra. Avisamos nos grupos como forma de prevenir os outros, para que não aconteça com eles também”.
Além disso, o proprietário relatou que o dinheiro é o prejuízo menos importante. “Estamos preocupados com as vítimas. Não podemos colocar um olheiro, pois a Policia Federal não permite. Mas não temos condições de pagar uma empresa terceirizada”, reclamou.
O vereador Pastor Elias finalizou a reunião contando que irá marcar uma audiência pública, para formalizar os pedidos com o Ministério Público.