No Dia do Ortopedista, José Fernandes traça panorama da profissão no serviço público em Anápolis
Segundo o vereador, na sua época, no HM eram feitas reduções, quando a fratura tem desvio e precisa ser colocada no lugar. “O raio-x quebrava e os casos cirúrgicos eram encaminhados à Santa Casa e, a depender da complexidade, ao Hospital de Urgências”, comentou.
José Fernandes contou que depois dessa época, saiu do pronto-socorro e passou para o ambulatório. “Em 2016, fui convidado para ser um dos diretores na Secretaria de Saúde e, saindo, fui coordenar o mutirão de cirurgias, que organizou equipes para atender as demandas. Fazia-se 10 a 15 cirurgias por semana. Operei em um hospital privado com convênio com o SUS e havia outra equipe na Santa Casa”, contou o vereador.
Ele explicou que o Hospital Municipal fechou, houve uma transição “que não foi muito sadia, os pacientes ficaram perdidos”, e foi inaugurado o Hospital Alfredo Abrahão, que é de porta fechada. Fernandes explicou que nessa transição a equipe de ortopedia atendeu na UPA da Vila Esperança e, depois, passou a atender no Alfredo Abrahão.
“E agora já são mais de 4 mil cirurgias feitas, sendo 600 ortopédicas. Ficamos 10 meses para chegar a 400 cirurgias. No último mês operamos 200 casos. Com a expectativa de melhorar ainda mais esse índice. Houve perda, o diretor Leonardo saiu [do Alfredo Abrahão]. Acho que foi uma perda para instituição e o município. Torço que seja escolhida uma pessoa tão capaz ou melhor”, continuou José Fernandes.
“No passado [o serviço de ortopedia] era tido como muito ruim, para um serviço que está ruim e pode melhorar. Não estamos num céu de brigadeiro. Os traumas infantis, por exemplo, são encaminhados para outras cidades, mesmo tendo profissionais que poderiam fazer aqui. A situação era muito crítica, depois crítica e agora ruim para bom. Vivencio isso lá no campo de batalha”, disse José Fernandes.
“Que nesse próximo mês a gente finalize com mais de 200 cirurgias. É lógico que há variáveis que não dependem propriamente do serviço público. Tive um paciente que não tinha condições clínicas para operar, estava na UTI. São fatores que independem do poder público. Eu enxergo que estamos em uma melhora, mas precisamos melhorar muito”, comentou o vereador.
“Deixo abraço para os colegas. A ortopedia é minha vida, minha profissão. Durante meu curso fui jogar bola, quebrei minha perna e uma fratura exposta mudou minha vida. É o que me deu tudo que tenho na vida, realização financeira e pessoal. Minha vida de segunda a segunda é trabalhar no limite da vida. E é uma honra fazer parte desse grupo tão seleto”, finalizou José Fernandes.