Na Câmara, Santa Casa presta contas de atendimentos em Anápolis; vereadores pedem Pronto Socorro de portas abertas
Na Câmara, Santa Casa presta contas de atendimentos em Anápolis; vereadores pedem Pronto Socorro de portas abertas
Em atendimento a um convite feito pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Domingos Paula (PV), a direção da Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa) participou da sessão ordinária desta segunda-feira (15.mai) para esclarecer sobre o novo perfil de atendimento da Santa Casa de Misericórdia e como são investidos os recursos oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de emendas parlamentares.
A atividade contou com a presença do bispo diocesano, Dom João Wilk, presidente da Fase, e do bispo auxiliar, dom Dilmo Franco. Também o diretor administrativo da Santa Casa de Misericórdia, padre Clayton Bergamo. Entre outros membros da Fasa e da diretoria daquela instituição filantrópica de saúde.
Antes da sessão, todos participaram de um encontro com os vereadores na sala da Presidência, quando os bispos e os diretores da Santa Casa anteciparam alguns pontos que seriam abordados posteriormente e buscaram esclarecer informações que, segundo eles, poderiam ter chegado de forma truncada aos vereadores, sobre a forma de atuação do hospital.
Já no plenário, Dom João Wilk fez uma introdução, por meio da qual buscou demonstrar que a Santa Casa de Anápolis tem sérias dificuldades de manutenção e que todos os recursos públicos que chegam à instituição são aplicados de forma correta.
Em seguida, padre Cleyton Bergamo, com ajuda de um projetor de slides, falou sobre as habilitações da Santa Casa, as fontes de recursos que chegam à instituição – provenientes da União, do Estado, do Município, de emendas e de doações – e apresentou números contábeis. Segundo ele, todas as contas da instituição foram acompanhadas e aprovadas pelo Ministério Público.
Padre Clayton reafirmou que a Santa Casa “é uma instituição particular”. Segundo ele, o hospital “não é o SUS”, mas, sim, “um prestador de serviços ao SUS”. Por meio dos dados apresentados o diretor da Santa Casa revelou que pelo menos 90% dos atendimentos do hospital são feitos via SUS e que os 10% restantes são fruto do atendimento privado.
As planilhas apresentadas pelo diretor, segundo ele, revelam, em 2022, o prejuízo da Santa Casa foi de R$ 1,055 milhão ao mês, dados que, disse, são atestados pelo Ministério Público. “O subfinanciamento é a origem da dívida da Santa Casa. O que a instituição recebe não é suficiente para garantir os serviços que oferece”, disse. E concluiu: “todos os serviços oferecidos ao SUS dão prejuízo para a Santa Casa”.
Em seguida, todos os vereadores presentes fizeram perguntas ou observações ao diretor da Santa Casa. Um tema comum a quase todos eles se relaciona com o fato da instituição não ter mais as “portas abertas” no Pronto Socorro. Padre Clayton ressaltou que viabilizar a reabertura dessa porta depende do gestor do SUS, no caso, o município, “e não da Santa Casa”.
Ao final o diretor da Santa Casa disse que a Santa Casa está “à beira de um colapso”. Segundo ele a administração da instituição ainda não conseguiu pagar toda a folha salarial de médicos e demais colaboradores. Disse que os médicos estão com dois meses em atraso. “O hospital pode parar amanhã. Temos que sentir a gravidade da situação geral”, asseverou.
O presidente Domingos Paula, ao encerrar o período de quase duas horas em que o tema Santa Casa foi debatido em plenário, insistiu que o hospital repense sobre a situação e concorra para que o Pronto Socorro tenha porta aberta. Domingos Paula entende que a quantidade de recursos públicos destinados à Santa Casa é relevante, com intuito que todas as pessoas que procurem aquele hospital sejam atendidas via SUS.
Homenagem – Após os debates, o bispo Dom João Wilk foi homenageado com certificado de Moção de Aplausos, em homenagem aos 25 anos de episcopado, celebrados em abril. A iniciativa é do vereador Jean Carlos (UB). “Um reconhecimento à colaboração do bispo à formação cristã dos anapolinos”, disse o vereador. Dom João trabalhou, como bispo, por seis anos, na Diocese de Formosa. E está há 19 anos em Anápolis. Em 2026, lembrou, vai celebrar 50 anos de sacerdócio.
(Foto – Ismael Vieira / Diretoria de Comunicação e TV Câmara)