Moção de Apelo pede ao governo estadual uso imediato do novo presídio de Anápolis
A morte de um preso na cadeia de Anápolis, vítima de espancamento cujos autores foram outros detentos, repercutiu na sessão desta quarta-feira (11.out). Os vereadores voltaram a evidenciar a fragilidade do Centro de Inserção Social Monsenhor Luiz Ilc, que abriga 800 pessoas, entre condenados e aqueles que aguardam julgamento, em um espaço que caberia no máximo 260.
Uma Moção de Apelo, sugerida pelo vereador Antônio Gomide (PT) e assinada por todos os presentes, requer a transferência imediata de parte dos encarcerados que estão na antiga cadeia, como medida emergencial, para o novo presídio de Anápolis. O documento é direcionado ao governador Marconi Perillo e ao secretário estadual de Segurança Pública, Ricardo Balestreri.
A Moção de Apelo pede ainda que o ato seja comunicado ao Ministério Público de Goiás e ao Poder Judiciário, na pessoa do presidente do Fórum de Anápolis, juiz Ricardo Silveira Dourado.
Gomide justificou a necessidade da união de esforços através da Moção de Apelo narrando os motivos mais recentes: duas fugas, totalizando sete presos; superlotação e homicídio do detento por espancamento. Ele lembrou que há oito anos a Câmara Municipal autorizou que o Executivo doasse uma área ao Estado para a construção de um novo presídio, mas a cidade ainda não foi beneficiada com isso.
“Vamos esperar que esse grande barril de pólvora, que é a cadeia antiga, exploda? Que possamos tomar uma atitude concreta. Fazer um documento hoje, juntando esforços com o Ministério Público e o Judiciário, pedindo pelo menos parte da transferência de presos para o novo presídio”, frisou Gomide.
O vereador Luiz Lacerda (PT) disse não acreditar que o governo atual irá reformar o novo presídio, que segundo as autoridades foi destruído pelos quase 500 detentos que ficaram alguns meses no local, transferidos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG). Para justificar o uso imediato do local, Lacerda lembrou que esses presos que vieram de Aparecida de Goiânia ficaram encarcerados no novo presídio, mesmo com a alegação que as instalações foram parcialmente destruídas.
Lélio Alvarenga (PSC) cobrou da bancada do PSDB que interceda junto ao governo estadual para resolver a situação do sistema carcerário local. “Ou faz [a reforma] agora ou não faz mais. Porque depois que passar a eleição, só vão se preocupar com isso daqui a quatro anos”, discursou.
O vereador Leandro Ribeiro (PTB) fez coro às críticas, frisando o absurdo de uma cidade do porte de Anápolis ter uma cadeia cujos presos saem da porta da frente ou simplesmente saem mortos, espancados por companheiros de carceragem. “Esse presídio obsoleto precisa ser interditado”, completou.