João da Luz diz que é a favor do piso dos professores, mas frisa equilíbrio financeiro do município
Em discurso na tribuna, na sessão desta quarta-feira (19.fev), o vereador João da Luz (PODE) se posicionou em relação à manifestação de professores da rede municipal, que reivindicam recomposição salarial de 12,8% para se adequar ao novo piso nacional da categoria.
“Sou extremamente a favor. Agora quero considerar que o salário mínimo aumentou 4,7% e o IPCA deu 4,31%. A Prefeitura tem dificuldades financeiras e tem uma negociação em curso. Respeito a posição dos professores, reconheço a legitimidade em lutar pelo piso, mas temos que considerar o equilíbrio financeiro do município. Imagine se eu fosse o prefeito e não pudesse dar o que os professores querem?”, argumentou João da Luz.
Social
Sobre os debates em relação aos cortes do governo federal de beneficiários do Bolsa Família, João da Luz disse que é preciso montar uma Frente Parlamentar para lutar pelos programas sociais.
“O vereador Alfredo Landim falou sobre famílias que estão em dificuldade. São muitas. É gente com energia e água cortada, cujos programas sociais não estão as alcançando para dar um suporte no momento de dificuldade”, explicou o vereador.
Segundo João da Luz, a tarifa social da Enel “não tem nada de social”. “Temos que batalhar para mudá-la, pois ela deveria alcançar pessoas de baixa renda, mas se a família tem consumo maior que o limite, passa a figurar como se tivesse renda alta. E os programas sociais precisam alcançar pessoas em dificuldade”, completou.
Alcoolismo
Outro assunto levantado por João da Luz na tribuna foi a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo, que tem uma programação agendada na quinta-feira (20.fev), na Praça Bom Jesus, de iniciativa do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas.
O vereador destacou a importância desse debate, pois segundo ele, o “uso exagerado do álcool, que resulta no vício, faz com que o alcoolista perca o poder de decisão, destruindo a família”. “Hoje temos muitas casas de recuperação. É importante a pessoa se conscientizar e reconhecer que tem o problema, pois esse é um passo importante para se buscar ajuda”.
Assembleia de Deus
O vereador também reafirmou convite para sessão solene que acontece às 19h desta quarta-feira (19.fev), no plenário Teotônio Vilela, em homenagem aos 80 anos da Igreja Assembleia de Deus em Anápolis e 55 anos do Congresso das Mocidades Evangélicas Pentecostais (Comepe).
“Trata-se de uma iniciativa minha e dos vereadores Pastor Elias e Teles Júnior”, disse João da Luz, que ressaltou o papel social desenvolvido pela igreja ao longo da história, contribuindo para educar e orientar a população, formando cidadãos comprometidos com as leis e a prática do bem.
A história das igrejas Assembleia de Deus em Goiás começa com a chegada da missionária norte-americana Matilde Paulsen, em 1929, com o objetivo de pregar o Evangelho. Dois anos depois, o Estado começava a receber migrantes e trabalhadores que iriam construir a capital, Goiânia.
Dentre eles, o pedreiro carioca Antônio Moreira, diácono da Assembleia de Deus de Madureira (RJ), que, tão logo chegou, solicitou aos seus superiores autorização para dirigir cultos, à noite, ali mesmo, no canteiro de obras.
Depois ele escreveu ao seu pastor no Rio de Janeiro, Paulo Leivas Macalão, pedindo permissão para iniciar, oficialmente, a igreja na capital goiana. Naquela época, Antônio Moreira conheceu a missionária Matilde Paulsen, e, juntos, começaram a evangelizar, consolidando, assim, a Assembleia de Deus em Goiás.
No final de 1939, em Anápolis, José Inácio de Freitas, membro da Igreja Presbiteriana, soube das notícias dos irmãos da Assembleia de Deus e convidou então a estes para que viessem a Anápolis celebrar um culto em sua residência, o que aconteceu no dia 14 de janeiro de 1940.
No dia 9 de junho daquele ano, o pastor Antônio Moreira realizou o primeiro batismo na igreja em Anápolis, na piscina de uma chácara, emprestada pelo missionário e pioneiro do evangelho em Anápolis, James Fanstone.
No mesmo dia 9 de junho, Antônio Moreira trouxe consigo, e o designou para pastorear o pequeno rebanho, o diácono Abílio Alves, que servia na Assembleia de Deus em Goiânia.
Pensando em estabelecer a igreja em local próprio, Antônio Moreira autoriza a José Inácio comprar o terreno na Avenida Tiradentes, 610. E em agosto daquele ano, iniciou-se a construção de um pequeno salão nos fundos da área que a igreja comprara. Em dezembro, Antônio Alves Moreira, já ordenado pastor, mudou-se para Anápolis e assumiu a direção efetiva da igreja, presidindo-a até dezembro de 1941, quando voltou ao Rio de Janeiro, sendo substituído pelo pastor José Ludovico.
De dezembro de 1946 novembro de 1948, a Assembleia de Deus em Anápolis esteve sob a presidência do pastor Divino Gonçalves dos Santos, servindo como vice-presidente do pastor Antônio Moreira, em Anápolis e Goiânia, e, em cuja gestão, foi construído o segundo templo, agora uma edificação de tijolos, maior e mais confortável.
Em março de 1957 o Ministério de Madureira designou o pastor Antônio Alves Carneiro para presidir a igreja em Anápolis. No final de 1960 o pastor Carneiro (hoje falecido) apoiado pela maioria dos membros da igreja, optou por desligar-se do Ministério de Madureira, fundando o Ministério de Anápolis, ao qual ficou pertencendo todo o patrimônio da igreja. Tal fato resultou numa cisão entre os membros, pois alguns se recusaram a deixar o Ministério de Madureira.
Com duas vertentes, mas com a mesma proposta, a Assembleia de Deus Anápolis foi uma das igrejas que mais cresceram na região. O pastor Antônio Carneiro ampliou o número de templos, congregações e pontos de pregação. Nos anos 1980 ele comandou a construção da catedral na Praça da Bíblia, Jardim Bandeirantes, a época um dos maiores templos evangélicos do Brasil.
Hoje a Assembleia de Deus Anápolis tem como dirigente maior o pastor José Clarimundo César e está espalhada por todo o Estado de Goiás, várias outras unidades da federação e em muitos outros países.