Em reunião no MP, Câmara exige que presos sejam removidos de Anápolis para Aparecida de Goiânia
Reportagem e Texto: Rubens Júnior
A Câmara Municipal de Anápolis mantém posição firme de cobrança junto à Secretaria de Segurança Pública e à Superintendência Executiva do Sistema Carcerário, para que os quase 600 presos removidos de Aparecida de Goiânia para Anápolis sejam devolvidos ao local de origem. Na manhã desta segunda-feira (6), o Poder Legislativo foi representado pela 2ª secretária da Mesa Diretora, vereadora professora Geli Sanches (PT), em reunião motivada pelo Ministério Público, para tratar do assunto.
Além da Câmara e do MP, participaram da reunião representantes do Poder Judiciário, OAB/Anápolis, Polícia Militar e o órgão que administra o sistema carcerário de Goiás. Todos manifestaram indignação com a situação vivida em Anápolis a partir da transferência dos presos e exigem o breve retorno dos presidiários para o Complexo Penitenciário Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia.
A vereadora Professora Geli Sanches pontuou que não vê celeridade na reforma da ala destruída durante a rebelião ocorrida no último dia 24 de fevereiro, e cobrou do Superintendente Executivo do Sistema Penitenciário, coronel Victor Dragalzew Junior datas para a rápida resolução do problema. “Se não tivermos datas estabelecidas tudo fica no ar, não há certeza se haverá ou não a resolução”, disse.
Na reunião, o titular da 16ª Promotoria de Execuções Penais, Dr. Lucas César Costa Ferreira, deixou claro o interesse na resolução das questões que envolvem a reforma da ala destruída na Penitenciária de Aparecida de Goiânia. O promotor também enfatizou que o Estado precisa dar uma reposta aos clamores da sociedade Anapolina, na área da segurança pública, que foi prejudicada com a vinda dos presos. Chamou de “extremamente deselegante” da parte do Governo, a falta de informação do Executivo goiano com o Judiciário e Ministério Público. Disse ainda que, caso a ordem judicial seja descumprida, o MP vai adotar as providências cabíveis.
O presidente da OAB/Anápolis, Dr. Ronivan Peixoto de Morais Junior afirmou não ter ficado clara a providência que o Estado tomará para a efetiva resolução da questão. “A comissão de Direitos Humanos esteve na ala destruída e verificou que não foi efetivamente iniciada a obra de reforma. Precisamos de uma resposta clara quanto ao problema”, lamentou.
A partir da reunião, o Superintendente Executivo do Sistema Penitenciário, coronel Victor Dragalzew Junior, se manifestou de forma incisiva, demonstrando interesse na rápida solução das questões propostas. Porém afirmou não depender apenas de um órgão estadual para conclusão da obra de reforma, e não deu uma palavra conclusiva de quando será o retorno dos presos.
Dragalzew comentou a decisão judicial proferida no dia 24 de fevereiro, pela juíza da Execução Penal de Anápolis, Lara Gonzaga de Siqueira, requerendo o retorno dos presos em quinze dias. Segundo ele, “não há o que se questionar, decisão judicial se cumpre”. Após a reunião, os membros participantes aguardam da parte do Governo do Estado uma resposta oficial dos trâmites adotados até este momento e os próximos passos a serem dados.