Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil: vereadoras celebram data e reforçam luta por espaços

por Marcos Vieira publicado 24/02/2025 12h03, última modificação 24/02/2025 12h03
Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil: vereadoras celebram data e reforçam luta por espaços

Bancada feminina: Capitã Elizete, Seliane da SOS, Andreia Rezende, Cleide Hilário e Thaís Souza (Fotos: Allyne Laís)

Há 93 anos, no dia 24 de fevereiro de 1932, um decreto do então presidente Getúlio Vargas criava um Código Eleitoral no país, que garantia às mulheres o direito ao voto. Também era assegurado às brasileiras o direito de serem votadas.

E a partir dessa mudança, em 1933, aconteceu a primeira eleição em âmbito federal de uma mulher, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz, eleita deputada para a Assembleia Nacional Constituinte que iria elaborar a Carta Magna de 1934.

O voto feminino foi incorporado à Constituição de 1934, mas ainda era facultativo. Ele tornou-se obrigatório em 1965, sendo equiparado, enfim, ao voto masculino.

A promulgação da lei 13.086, de 2015, estabeleceu o dia 24 de fevereiro como o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil.

Presidente Andreia: direito provocou grandes mudanças

Primeira mulher a ser eleita presidente da Câmara Municipal de Anápolis, a vereadora Andreia Rezende (Avante) celebra a data e reforça que o direito da população feminina em ingressar no sistema político provocou grandes mudanças. “Se eu estou aqui é porque outras mulheres antes de mim lutaram para que a gente pudesse ter esse direito ao voto”, afirma.

“Eu quero falar com as mulheres o quanto isso é importante: votar em outras mulheres, ter mulheres em espaços de poder que possam entender as pautas que a gente precisa e acredita, para que a gente tenha um mundo mais justo e igualitário para todos nós”, ressalta a presidente.

A Câmara de Anápolis tem hoje cinco vereadoras, quantidade máxima que a bancada feminina alcançou no Poder Legislativo local. Esse é um ponto destacado pela presidente Andreia como um caminho a ser trilhado.

“Isso mostra que os espaços ainda estão vagos para as mulheres. E para que haja mudanças, precisamos não só de mulheres, mas de homens conscientes sobre a importância da igualdade”, completa a presidente.

O que diz a bancada feminina da Câmara de Anápolis

A seguir, as vereadoras da Câmara de Anápolis se manifestam sobre o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil, celebrado nesta segunda-feira (24.fev):

Presidente Andreia Rezende (Avante)
“Essa é uma conquista que mudou o rumo da história das mulheres. Votar e ser votada faz com que façamos parte desse sistema político, e possamos provocar as mudanças, as revoluções. Se eu estou aqui é porque outras mulheres antes de mim lutaram para que a gente pudesse ter esse direito ao voto”.

Vereadora Capitã Elizete (PRD)
“24 de fevereiro de 1932 é verdadeiramente um marco na história do Brasil. Simboliza não apenas a conquista do direito ao voto, mas também o direito de serem eleitas para cargos políticos”.

Vereadora Cleide Hilário (Republicanos)
“Essa conquista inseriu a mulher no meio político, dando vez e voz. Embora isso não aconteceu de imediato, foram anos de avanços. Em Anápolis, a bancada com cinco vereadoras garante que as anapolinas sejam ouvidas. Estamos aqui criando políticas públicas e lutando para que todas tenham visibilidade e, conquistem de fato, a vez e voz tão almejadas”.

Vereadora Seliane da SOS (MDB)
“Celebrar o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil é trazer à tona a memória daquelas que vieram antes de nós, que com muita luta abriram espaços que hoje ocupamos com muito orgulho. É claro que muita coisa ainda precisa avançar, mas a presença feminina na política é algo fundamental para que tenhamos políticas públicas mais igualitárias. Esse também é um compromisso do meu mandato”.

Vereadora Thaís Souza (Republicanos)
“A importância da conquista do voto feminino vai muito além da politicagem, é um pensamento maior para as mulheres. A garantia do direito fundamental das mulheres ao voto é uma garantia que passa da esfera política e vai para a esfera social e diz muito mais sobre representatividade do que sobre o voto em si”.