Câmara realiza palestras em alusão ao Dia Nacional da Criança Traqueostomizada
Através de iniciativa do vereador José Fernandes (MDB), a Câmara de Anápolis realizou um ciclo de palestras em alusão ao Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, na manhã de sexta-feira (17.fev). A data foi criada em 2021, numa iniciativa do deputado federal e médico goiano Dr. Zacharias Calil e é celebrado anualmente em 18 de fevereiro.
José Fernandes disse que o objetivo do evento é levar um melhor entendimento e compreensão sobre este tema. E atender os objetivos que justificam a instituição deste dia: sensibilizar os profissionais da saúde, os pais, aqueles que são responsáveis sobre os cuidados e atendimento dessas crianças e a sociedade em geral, com intuito de qualificar os cuidados e aumentar a qualidade de vida dessas crianças.
“A Câmara é a casa do povo, por isso precisamos trazer o assunto para o debate e o conteúdo precisa alcançar toda sociedade”, comentou.
O ato foi aberto pelo presidente da Casa, Domingos Paula (PV). O presidente falou da importância do Legislativo trazer temas importantes para debater e dar visibilidade. “Temos muitos servidores interessados em aprender. Precisamos trazer debates importantes para a sociedade e sensibilizar a população”, comentou.
A médica Juliana Alves de Souza Caixeta, doutora em otorrinolaringologia pediátrica explicou que atualmente há um protocolo de atendimento, mas muitas vezes as crianças não são atendidas por equipes especializadas. “Não têm nenhum tipo de suporte adequado, e muitas crianças são impedidas de ir pra escola. No Brasil, as crianças geralmente recebem o tratamento que as crianças recebiam nos Estados Unidos na década de 1940. Começamos a discutir para começar a trazer os problemas dessas crianças e trazer o assunto de discussão para que essas crianças sejam visíveis, identificar as necessidades e fornecer o que as crianças necessitam”, contou.
Juliana disse ainda que não existem dados sobre a quantidade de crianças traqueostomizadas em Anápolis. “É um desejo compilar os dados dessas crianças para saber qual o número. Há uma estimativa de cem pessoas, mas não é possível saber os dados corretos”.
A pediatra e médica intensivista Gina Tronconi Campos, ressaltou as dificuldades para conseguir os materiais e realizar o tratamento das crianças. “Encontramos muitas entraves na aquisição de material, que é muito caro e também no atendimento de modo adequado e rápido. precisamos chamar a atenção para esse quadro, para conquistar verbas para custear os atendimentos hospitalar e domiciliar”, destacou.
Depois das palestras, as médicas responderam perguntas dos convidados. As principais indagações foram sobre o tempo de tratamento e as causas para os procedimentos. As médicas explicaram sobre casos e falaram sobre os desafios e preconceitos. Atualmente não existe um lugar de referência para assistência médica.