Câmara realiza 1º Simpósio Rompendo o Silêncio, sobre combate à exploração sexual e abuso infantil
O 1º Simpósio Rompendo o Silêncio foi realizado na noite de quinta-feira (26.mai), na Câmara de Anápolis, reforçando as atividades do Maio Laranja, mês voltado para a ampliação da conscientização quanto ao combate à exploração sexual e abuso infantil.
O evento foi uma iniciativa da vereadora Cleide Hilário (Republicanos). Segundo ela, ao se trazer especialistas para debater a realidade atual da cidade e as ações que são tomadas para proteger as crianças, a mensagem passa a chegar a mais pessoas, com informações corretas de como proceder e onde denunciar quando há casos de abuso infantil.
Essa importância do Maio Laranja como mês para debates e conscientização também foi manifestada pela delegada Kênia Segantini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ela destacou a importância do evento organizado na Câmara e disse que espera que atividades prossigam para além da data.
Também responsável por uma sessão especial que tratou do Maio Laranja, a vereadora Seliane da SOS (MDB) esteve no 1º Simpósio Rompendo o Silêncio. Ela revelou que desde aquele evento tem recebido mensagens de mães cujos filhos foram abusados. Seliane contou que essas mulheres carregam uma culpa que não deveriam, portanto as redes de apoio também precisam pensar em um suporte para elas.
O evento teve quatro palestras: Valdeir Leite dos Santos (psicólogo com atuação na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Márcia Beatriz Dias dos Santos (presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Erci Maria de Oliveira Lopes (conselheira tutelar) e Cleusa Pereira Batista (pedagoga que atua hoje no Instituto Luz de Jesus).
Valdeir falou sobre os métodos utilizados por ele na DPCA com as vítimas de abuso. Márcia Beatriz discorreu sobre a Lei Henry Borel (14.344/22), que torna crime hediondo o homicídio contra menor de 14 anos e estabelece medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica.
Erci Maria contou o dia a dia das conselheiras tutelares. Cleusa Maria deu um depoimento emocionante – ela foi vítima na infância, abandonada pela mãe, viveu em orfanatos e já adulta, ao sair de um relacionamento abusivo, grávida, acabou vivendo nas ruas. Cleusa foi acolhida por uma instituição religiosa, se formou e diz que seu sonho hoje é formar a filha em engenharia civil.
Cleide Hilário comentou que o depoimento de Cleusa é um exemplo de que é possível vencer o ciclo da violência. A vereadora ressaltou que o simpósio cumpriu os objetivos, de falar de uma realidade tão dura e complexa de forma um pouco mais amena, mas fazendo o alerta claro de que todos precisam estar alertas, e que o tema não pode ser tratado apenas no Maio Laranja.
“Defendemos a conscientização sempre. Lembrando que não é só no mês de maio que devemos abordar esse assunto, pois a violência contra a criança ocorre em todo momento. Estamos aqui chamando a sociedade para essa responsabilidade, para que verifique, observe, se não tem mudança de comportamento de suas crianças, e leve, quando necessário, a situação às autoridades”, explicou a vereadora.