Câmara Municipal realiza audiência pública sobre internação compulsória

por cma — publicado 02/06/2016 11h22, última modificação 02/06/2016 11h22
A propositura partiu da vereadora Mirian Garcia e debateu sobre a situação dos dependentes químicos Foi realizada na manhã desta quarta-feira (20-03) no Plenário Teotônio Vilela uma audiência pública, que tratou sobre internação compulsória em Anápolis.
Câmara Municipal realiza audiência pública sobre internação compulsória

Câmara Municipal realiza audiência pública sobre internação compulsória

A vereadora Mirian Garcia (PSDB) foi a propositora do evento. De acordo com a tucana, o objetivo é proporcionar a população sobre o direito de internação involuntária de um dependente químico. “A internação compulsória é um amparo das famílias que tem um ente querido usuário de crack, cocaína e outras drogas, de acessar o judiciário. Muitos não sabem como proceder em um momento de crise. Nós temos casas de apoio na cidade e vamos tentar dar uma esperança para as pessoas, dar uma chance de dizer não às drogas. A internação compulsória é apenas o primeiro passo”, afirmou.
Estiveram presentes os vereadores Eli Rosa (PMDB), Jean Carlos (PTB), Sargento Pereira (PSL), Gleimo Martins (PTN), os petistas pastor Wilmar Silvestre, Professora Geli Sanches e Lisieux José Borges; Wederson Lopes, Vespa e Jerry Cabeleireiro, todos do PSC, Paulo de Lima (PDT) e Jakson Charles (PSB).
O vereador pastor Wilmar Silvestre (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, afirmou que o tratamento voluntário dos usuários de drogas não é suficiente. “São raras as pessoas que buscam o tratamento. Essa audiência vai gerar uma mudança muito grande no combate às drogas. Se conseguirmos diminuir o número de usuários, estaremos ajudando nossa cidade”. O petista acrescenta ainda que algumas famílias não sabem o que fazer com o dependente. “O drogado não tem força e tampouco disposição para buscar uma saída. A comissão irá acompanhar os trabalhos e colaborar para que os usuários deixem de viver nesta situação de calamidade pública”, finalizou.
O internamento compulsivo, ou internação compulsória é a prática de utilizar meios ou formas legais como parte de uma lei de saúde mental para internar uma pessoa em um hospital mental, asilo psiquiátrico ou enfermaria contra a sua vontade ou sob os seus protestos.
Dados do Ministério da Saúde somam mais de 2,5 milhões de dependentes químicos no ano de 2012 no Brasil, e 300 mil usuários em Goiás (dados de 2011), sendo aproximadamente 50 mil dependentes, entre eles crianças e adolescentes, exclusivamente de crack.
De acordo com o Dr. Marcelo Henrique dos Santos, promotor de justiça, a droga alcança todas as camadas sociais e econômicas no país. “O resultado do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) tem sido significativo. É um ambiente acolher, mas ainda faltam alguns profissionais. Precisamos ter mais vagas no hospital de psiquiatria e um CAPS com um nível mais avançado. Sou a favor da internação compulsória. Não é a única via, e sim, a última”, disse.
Marinalva Ribeiro, coordenadora da saúde mental da Secretaria da Saúde de Anápolis lembrou que a internação apenas não é o suficiente para resolver o problema, é necessário que as medidas sejam eficazes e resolutivas através de um acompanhamento. “Não podemos permitir que as pessoas destruam suas vidas, sem antes tentar ao menos resgatá-las”.


Participaram da audiência pública:


-Francisco Rosa – Secretário do Desenvolvimento Social
- Dr. Carlos José Limongi – Juiz da Infância e Juventude
- Rodrigo Gomes Silva - Projeto Esperança
- Isabela R. Braga –Coordenadora CAPS crescer
- Pastor Paulo Dias
- Maria Aparecida Brito – Diretora Social da Prefeitura
- Maria José Araujo Galvão – Assistente Social, especialista em dependência química e saúde mental
- Cristiane Silva Lemos – coordenadora do esquadrão Resgate
- Pastor Leordino Lopes – presidente do Conselho de Pastores pela cruzada de dignidade
- Adair dos Santos – Presidente do sindicato dos trabalhadores em transporte rodoviário
- Calby Moreira Pinheiro – Diretor do Hospital Espírita de Anápolis
- Tentente Coronel Alexandre Freitas Elias -GGIM
- Tetente Coronel Sidney Pontes, Diretor do GGIM
- Pr. Tatan Pereira – Clínica Repouso Príncipe Paz
- Luiz Rosa de Araujo – Capelão Conselhos de pastores de Anápolis
- Gildásio Vasconcelhos- Presidente CEPAI

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