Câmara entrega Moção de Aplauso ao juiz Carlos Limongi, por premiação recebida do CNJ

por Marcos Vieira publicado 22/11/2021 15h37, última modificação 22/11/2021 15h37
Câmara entrega Moção de Aplauso ao juiz Carlos Limongi, por premiação recebida do CNJ

(Foto: Ismael Vieira)

A Câmara de Anápolis entregou Moção de Aplauso ao juiz Carlos José Limongi Sterse, titular da Vara da Infância e Juventude da cidade, na sessão ordinária desta segunda-feira (22.nov), pela premiação recebida pelo magistrado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

A propositura para homenagem é de autoria do vereador Jean Carlos (DEM), que em discurso na tribuna afirmou que é uma honra para Anápolis ter Limongi no Poder Judiciário local. “Há duas décadas coordena o Juizado da Infância e Juventude, é escritor, ex-presidente do Fórum, um juiz atuante no meio social”.

O juiz Limongi foi premiado pelo CNJ pelo projeto Prioridade Absoluta, um protocolo de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, sexual e demais abusos, criado a partir de sua iniciativa há 18 anos.

Segundo Jean, para quem acompanha a trajetória do juiz, não foi surpresa o reconhecimento nacional. “Sabemos que o doutor Limongi, além da competência como magistrado, tem sido sempre atuante em projetos”. O vereador citou o movimento Cruzada pela Dignidade, também uma iniciativa de Limongi, que hoje é uma ONG e prega a cultura da paz.

Carlos Limongi explicou na tribuna como surgiu o projeto Prioridade Absoluta. Segundo ele, o pediatra Olegário Vidal lhe procurou para comunicar o estupro de uma criança de quatro anos que o médico havia atendido na Santa Casa de Misericórdia de Anápolis.

Limongi foi tomar conhecimento do atendimento da criança e identificou um sistema que causava mais dor à vítima, pois ela tinha que repetir a mesma história várias vezes, para os diferentes profissionais que lhe atendiam.


“Ela contou sete vezes sua história e não porque ela queria. Imagine, quatro anos de idade, sofreu tamanha violência e passa por mais violência pelo sistema. Imagine isso na cabeça de uma criança?”, argumentou Limongi.

A partir disso, o magistrado começou a realizar reuniões com os diferentes membros da rede, formando um protocolo de atendimento especializado, estabelecendo portas de entrada, qual tipo de atendimento para cada caso e qual o papel de cada integrante da rede, para que de fato a vítima fosse protegida e acolhida.

As reuniões continuam acontecendo de três em três meses, discutindo gargalos e aprimorando o protocolo. A partir da premiação do CNJ, todo esse trabalho, iniciado há 18 anos, serve de referência para o Brasil. “Hoje trabalhamos não só para atender a criança vítima da violência, mas também na prevenção dos casos”, ressaltou Limongi.

O magistrado também destacou as vidas transformadas pelo protocolo criado em Anápolis e afirmou que há diversos e importantes profissionais envolvidos nesse trabalho. “Sou o articulador, faço parte de uma rede”, explicou.

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