Câmara e demais segmentos organizados cobram, em reunião tensa, solução para caso dos presos transferidos de Aparecida de Goiânia para Anápolis

por orisvaldo — publicado 02/06/2017 18h15, última modificação 02/06/2017 18h19
Câmara e demais segmentos organizados cobram, em reunião tensa, solução para caso dos presos transferidos de Aparecida de Goiânia para Anápolis

Câmara e demais segmentos organizados cobram, em reunião tensa, solução para caso dos presos transferidos de Aparecida de Goiânia para Anápolis

A Câmara Municipal de Anápolis participou efetivamente de uma reunião de emergência, realizada na tarde de quinta-feira (1º), no gabinete da diretoria do Foro da Comarca de Anápolis, na qual autoridades representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiário, além do Ministério Público, buscaram sensibilizar a cúpula da Segurança Pública de Goiás sobre os males gerados à sociedade anapolina, a partir da transferência – considerada desrespeitosa e desastrosa pelos presentes ao encontro – das várias centenas de presos de Aparecida de Goiânia para Anápolis. A imprensa não pôde acompanhar os debates. 

A gravidade da situação e o desejo dos segmentos organizados de Anápolis em cobrar urgência na solução do problema do aumento dos índices de criminalidade ano município, trouxe à cidade o secretário de Segurança Pública de Goiás, Ricardo Balestreri, além de toda a cúpula estadual das polícias militar e civil. Foi possível perceber a indignação e revolta de juízes e promotores pela situação criada a partir da transferência dos presos. 

O Poder Legislativo foi representado por seu presidente, vereador Amilton Filho (SD); o 1º secretário, vereador Leandro Ribeiro (PTB); e os vereadores João da Luz (PHS), Teles Júnior (PMN) e Luiz Lacerda (PT). Amilton Filho, além de reforçar as cobranças e demais manifestações, lembrou o secretário Balestreri da promessa que fez de devolver para Anápolis as viaturas que foram removidas da cidade. A Câmara de Anápolis, desde o dia da transferência dos presos para Anápolis, mobiliza-se na tentativa de reverter a situação. Os vereadores provocaram reuniões em Goiânia, Brasília e audiências na sede do Poder Legislativo.

A iniciativa para realização da reunião partiu do Executivo e do Poder Judiciário anapolinos. O prefeito Roberto Naves, seguido por juízes e promotores, foi duro na cobrança por uma solução urgente do problema e disse aos responsáveis pela segurança pública que o incremento nos índices de criminalidade em Anápolis nos últimos meses, pode ser explicado e entre outros motivos pela vinda dos presos da Penitenciária Odenir Guimarães para o novo presídio de Anápolis. 

Entre outras situações graves expostas pelos membros do Judiciário e do Ministério Público, o número insuficiente de agentes penitenciários nas unidades prisionais, a falta de estrutura logística para o cumprimento de pena no regime semiaberto e a superlotação que prejudica a aplicação completa da penalidade a infratores da lei. Um juiz chegou a defender que, se o apenado, pela falta de estrutura do Estado, não pagar pelo crime o qual fora condenado, que sua vítima seja indenizada pelo Estado. 

Ao final da reunião, que durou mais de três horas, nenhuma decisão prática fora anunciada. Após ouvir várias das autoridades presentes à reunião, o secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri disse que todas as observações feitas serão levadas ao governador Marconi Perillo. A expectativa inicial do encontro por parte das autoridades locais, de adoção de pelo menos algumas medidas imediatas, foi frustrada. Um clima tenso permeou todos os momentos da reunião.