Câmara de Anápolis dá notícia ao DEPEN, do Ministério da Justiça, sobre presos transferidos para a cidade e cobra ação imediata para solução do problema
O Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) desconhecia, até a tarde desta quinta-feira (23.mar), a operação de remoção de quase 600 presos de Aparecida de Goiânia para Anápolis, e a gravidade da situação criada a partir deste procedimento. Foi a Câmara Municipal de Anápolis, por meio da Comissão de Direitos Humanos, que comunicou oficialmente ao órgão do governo federal a forma abrupta como os presos foram transferidos para o presídio ainda inacabado em Anápolis.
Os vereadores componentes da Comissão de Direitos Humanos – Vilma Rodrigues (PSC)/presidente; Teles Júnior (PMN), Thaís Souza (PSL), Valdete Fernandes Moreira (PDT) e professora Geli Sanches (PT) – ainda pela manhã foram recebidos, na Câmara Federal, pedo deputado anapolino Rubens Otoni. Em seguida, se encontraram com a senadora Lúcia Vânia, ex-primeira dama do município. Tanto Otoni quanto Lúcia Vânia informaram que vão cobrar do Ministério da Justiça uma posição que resolva o problema de Anápolis.
Rubens Otoni elogiou a iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Anápolis em buscar diálogo diretamente no Ministério da Justiça, “estou à disposição para contribuir”. Lúcia Vânia lembrou que os vereadores anapolinos fizeram alerta ao governo em razão da gravidade da situação. “Vou acompanhar os passos no Ministério da Justiça, para que juntos, governos federal, estadual e municipal, encontremos uma solução para essa situação grave”, disse.
A diretora substituta do Departamento Penitenciário Nacional, Marlene Inês da Rosa, confirmou que órgão governamental não foi informado sobre a remoção dos presos da Penitenciária Odenir Guimarães para o presídio inacabado em Anápolis. “Recebemos com preocupação o relato. De imediato determinamos inspeção nas duas unidades para ver condições em que presos se encontram”, informou. Segundo ela, a equipe do DEPEN tem condições de fazer orientações ao governo do estrado, Judiciário e todos envolvidos na execução penal. A inspeção será feita de forma extraordinária.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Anápolis, Vilma Rodrigues, disse que a visita à Brasília significa a abertura de mais um importante caminho para resolver a situação. “Precisamos de várias ações, várias frentes, com lideranças juntas, para resolver. A situação em Anápolis é muito grave. E, em Brasília, também tem pessoas que podem interferir. A partir deste dossiê que entregamos ao DEPEN acredito que providências serão tomadas”, ressaltou.
Para o vereador Teles Júnior o fato do DEPEN desconhecer a transferência de presos provoca surpresa. “Já que a justificativa do representante do governo estadual, quando esteve na Câmara de Anápolis, é que a remoção foi feita para revolver uma situação de agravamento em Aparecida de Goiânia. No mínimo o DEPEN deveria estar ciente”, disse. Valdete Fernandes Moreira revelou que todos os segmentos sociais têm reclamado sobre a situação que, segundo ele, “causa desconforto, pois a comunidade fica refém do problema”.
Thaís Souza, vice-presidente da Câmara, reafirmou o papel do Legislativo em buscar solução para o problema, seja onde for. Professora Geli Sanches explicou que a Comissão de Direitos Humanos foi à Brasília demonstrar a insatisfação do povo de Anápolis em relação à transferência dos presos. “Buscamos apoio. Não concordamos, não aceitamos que os presos permaneçam em Anápolis, até porque as condições do presidio não são satisfatórias”, concluiu.