Audiência pública expõe problemas do Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga
Uma audiência pública realizada na Câmara de Anápolis, na tarde desta quarta-feira (8.mar), expôs os problemas do Terminal Rodoviário Josias Moreira Braga. A iniciativa foi da Comissão Agricultura, Indústria, Comércio, Desenvolvimento Econômico e Turismo, presidida pelo vereador Hélio Araújo (PL). Também participou do evento o vereador Policial Federal Suender (PRTB).
Entre os convidados, estava o advogado da empresa Atlântica Construções, Comércio e Serviços, Heleno José dos Santos Júnior, que revelou a proximidade de um acordo com o governo estadual para devolução da concessão da rodoviária de Anápolis. O contrato já foi finalizado, mas como o Estado não retomou o serviço, a empresa acabou por judicializar o caso.
Heleno Júnior contou a história da concessão, que explica a precariedade em que se encontra o terminal de passageiros. Assim que assumiu o espaço, em 2001, a empresa foi em busca de uma loja âncora que seria o grande atrativo, que garantiria público e a vinda de pequenos comerciantes, mas a duplicidade de proprietários travou o projeto.
O advogado disse na época foi descoberto que a rodoviária era do governo estadual, mas o terreno pertencia à Prefeitura de Anápolis. Esse imbróglio afugentou grandes lojistas, que não sentiram segurança para investir no espaço. Sobraram, então, os pequenos comércios e as taxas arrecadadas com as vendas de bilhetes de ônibus, insuficientes para garantir o lucro da empresa concessionária ou mesmo a manutenção do imóvel, de tamanho considerável.
Representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na audiência, Eduardo Oliveira Silva disse que um dos grandes problemas no local é o transporte clandestino. O comandante do 28º BPM, tenente-coronel Alan Jones Oliveira, afirmou que irá alocar mais viaturas para a segurança da rodoviária. Ele disse que um dos agravantes para a segurança é a iluminação precária no prédio.
Representante de uma empresa de ônibus que atua no terminal, Cícero de Araújo falou sobre o cenário de se pagar as taxas exigidas por lei, mas como contrapartida não ter um local adequado para a atividade, inclusive pouco atrativo na busca pela ampliação do número de clientes.
A audiência também tratou do projeto de lei, aprovado na Câmara, que autoriza o Executivo a leiloar áreas públicas pertencentes ao Instituto de Seguridade Social dos Servidores Municipais de Anápolis (Issa) desde 2019. Entre elas, está o terreno onde hoje está construída a rodoviária.
O presidente do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Anápolis (SindiAnápolis), Grattony Gratão, esteve na audiência, que também contou com a presença da ex-presidente da entidade Regina de Faria, convidada para explicar a junção dos fundos do Issa que resultaram na necessidade de se buscar mais recursos nesse momento.
O vereador Policial Federal Suender fez críticas ao projeto aprovado, mas disse que a fiscalização dos atos irão prosseguir, assim como o debate sobre o futuro do terminal rodoviário da cidade. Ele ressaltou a importância de diferentes setores da sociedade estarem reunidos para debater o assunto, o que demonstra interesse em se buscar o que é melhor para a coletividade.
Ao final, o vereador Hélio Araújo (PL) disse que a audiência pública teve um balanço positivo no sentido de que reuniu atores importantes, como os comerciantes e a empresa concessionária do terminal rodoviário, além de órgãos que lidam diretamente com o setor. “Trouxeram aqui, a nós, todos os problemas. A conversa foi muito boa, gravamos para escutar e buscar soluções”, afirmou.
“A partir daqui vamos tomar diretrizes novas, o ruim é que passou na sessão a venda da rodoviária, kartódromo e mais sete áreas. Ficou ruim para nós, que queríamos buscar essa solução, mas vamos aguardar, se a rodoviária será reestruturada. São perguntas essas que vamos buscar alternativas para ajudar comerciantes. Encerramos essa audiência com balanço positivo, agora vamos aguardar a venda da rodoviária”, completou Hélio.