Audiência pública debate demandas na área da saúde municipal
Uma audiência pública realizada na noite de terça-feira (9.nov), no plenário Teotônio Vilela, tratou de demandas da saúde pública, uma iniciativa dos vereadores José Fernandes (PSB) e Dra. Trícia Barreto (MDB).
Também estiveram presentes os vereadores Professor Marcos Carvalho (PT), Policial Federal Suender (PSL) e Jakson Charles (PSB). O Poder Judiciário foi representado pelo juiz Pedro Paulo de Oliveira, titular da 5ª Vara Cível.
Estiveram presentes dois presidentes de entidades sindicais, Regina de Faria (SindiAnápolis) e Ricardo Manzi (SindiSaúde). Flaviana Alves Barbosa, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), também participou do debate.
Manzi elogiou a iniciativa da audiência, mas pediu uma discussão também sobre a data-base dos servidores da saúde. “Quero salientar que é fundamental que haja reconhecimento da valorização de todos os servidores do município. Para isso basta que se assegure aquilo que de fato é importante. Por exemplo, a data base, que é a reposição das perdas dos vencimentos”, discursou.
Regina pediu concursos públicos na área e lembrou que a redução do número de efetivos gera impacto no Issa, o instituto de previdência municipal, que em poucos anos pode necessitar de um aporte mensal do Executivo que inviabilizaria a própria administração.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Anápolis (Simea), Márcio Henrique Cunha de Paiva, falou sobre o sistema de credenciamento de profissionais da saúde, que já persiste há 20 anos e precariza vínculos, relatou problemas de infraestrutura em unidades e outros pontos relacionados à ausência de equipamentos para o exercício da medicina na rede pública.
Sobre a implantação de Organizações Sociais (OS) na rede de saúde, o vereador Policial Federal Suender (PSL) lembrou que se trata de algo legal, mas que estará atento e aberto a receber qualquer tipo de questão relacionada a falhas na rede municipal.
O vereador Professor Marcos defendeu a abertura de diálogo entre as partes que compõem o sistema, defendeu mais concursos públicos e propôs novos temas para outras audiências, como a questão da oncologia infantil e as cirurgias eletivas. “A saúde é um direito, não somente um serviço a ser vendido. É um direito constitucional e precisa ser garantido por vereadores, sociedade e entidades”, frisou.
Líder do Executivo na Câmara, o vereador Jakson informou que estava representando a gestão municipal na audiência e se comprometeu a ser o interlocutor para questões como a relacionada às cirurgias eletivas da cardiologia. O médico Walter Vosgrau fez um relato sobre a necessidade de complementação de um recurso para a realização do procedimento em 70 pacientes. Jakson pediu ajuda para que se encontre uma solução dentro da lei que permita que o município arque com esse custo.
“Nosso interesse maior é que a cidade tenha saúde digna. Devemos ter maturidade de olhar para frente, não criando situações, celeumas ou problemáticas para prejudicar esse ou outro tema”, disse Jakson.
A vereadora Dra. Trícia afirmou que seu papel enquanto presidente da Comissão de Saúde da Câmara é servir de ponte entre a população e o Executivo, portanto ela estava se colocando à disposição para receber todos os presentes, no aprofundamento das questões levantadas na audiência.
Ao encerrar os debates, o vereador José Fernandes destacou a presença de profissionais importantes para a saúde anapolina, alguns atuando na área há pelo menos 40 anos. Segundo ele, a audiência é a primeira de uma série de encontros que visam contribuir para a melhoria do atendimento à população.
“Isso aqui tem que produzir frutos e o primeiro é a elaboração de um documento, um registro oficial do Legislativo do que foi dito nessa noite. E que esse documento sirva para o Executivo aprimorar suas políticas públicas ou mesmo de alicerce para o Ministério Público e o Judiciário”, ressaltou José Fernandes.
José Fernandes comentou que seu perfil é resolutivo. “Não estou aqui para brincar. Se tem solução, vamos atrás”, concluiu.
Além do médico Walter Vosgrau, falaram no evento os médicos João Bosco Machado da Silveira, Marcelo Daher e Iron Bastos. Valber Barreto (Núcleo Esperança) e Flaubertt Santana (Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás) também apresentaram demandas das suas áreas de atuação.