Audiência Pública conta com palestra “Pessoa idosa: mitos, verdades e preconceitos”
Para Cleide Hilário, é importante trazer esse debate para o Poder Legislativo, para realizar políticas públicas eficientes para o idoso. “Infelizmente quando a pessoa chega aos 60 anos, é considerada incapaz. Essa semana, a Organização Mundial da Saúde anunciou que pretende incluir uma CID (Classificação Internacional de Doenças) para o idoso, como se fosse uma pessoa. Mas não é a idade que torna a pessoa enferma”, comentou a vereadora.
A parlamentar disse ainda que o idoso são os donos da sabedoria, e que merecem o respeito por parte da sociedade. “Temos muito o que aprender com os idosos. Muitos se encontram em situação deplorável, de abandono. Precisamos do conhecimento dos mais velhos. Estamos batalhando por isso”, reforçou.
Durante o encontro, foi ministrada uma palestra com o Subsecretário Nacional do Republicanos, Ricardo Quirino, que trabalha com políticas públicas para idosos há mais de 15 anos. Para ele, o tema abre a visão em relação aos idosos.
“Um dos principais mitos em relação ao idoso é que eles se parecem com crianças. Por desconhecimento, as pessoas vão criando mitos. O idoso é um cidadão capaz como qualquer outro, que passa por um processo de amadurecimento com a idade. O envelhecimento começa no estágio em que as pessoas nascem”, falou.
Quirino frisou que a palavra “velho” está associada a algo que está em desuso. “E aí começa um tipo de preconceito. Temos que classificar as pessoas por idade, para realizar políticas públicas e garantir seus direitos. Mas hoje encontramos críticas que desclassificam as pessoas idosas. As pessoas desprezam que existe o envelhecimento fisiológico e o biológico. A idade não é empecilho para que a pessoa continue vivendo e realizando suas atividades”, afirmou.
O palestrante relatou ainda que a sociedade tem a cultura de que a identificação de um idoso é de uma pessoa fisicamente acabada.
Durante sua explanação, Quirino mostrou um dado triste que ocorreu com o início da pandemia. “Muitas famílias perderam suas rendas, e retiraram seus idosos dos abrigos, trazendo de volta para suas casas, para que eles garantissem o sustento familiar. Mas me pergunto porque eles abandonaram esse idoso antes. Por que não deixaram sempre no convívio com seus familiares? Por preconceito, descaso. Essa situação é muito triste”, expôs.
Quirino disse ainda que o preconceito vem da falta de conscientização da sociedade. E que o tema precisa ser introduzido na política.
“O Poder Legislativo também representa o idoso, por isso é importantíssimo trazer esse tema para debater nesta Casa de Leis, para que tenham acesso e oportunidades de ter políticas públicas voltadas para o idoso”, concluiu.
Brigadeiro Bragança, presidente do Republicanos de Anápolis, disse que o objetivo de todos é chegar na fase idosa. “É isso que todos querem, envelhecer. Pode perguntar para todos, e ninguém quer ter a vida interrompida. Até 2030, já se prevê que o grupo de jovens será maior do que o grupo de jovens até 14 anos. A população está envelhecendo e precisamos de políticas públicas de acessibilidade, de calçadas, sinais de trânsito, programas de incentivo, para criar uma sociedade mais acolhedora e que prestigie o idoso. Precisamos garantir o nosso respeito para aqueles que chegam na idade mais avançada”, pontuou.
Após a palestra, a vereadora Cleide Hilário abriu para os participantes realizarem perguntas acerca do tema.
A presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Rosa Cardoso Gomes também prestigiou o evento.
Foi apresentando um vídeo com uma mensagem sobre o dia Nacional do Idoso, com mensagem do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira.
No final da audiência, foi entregue um certificado ao palestrante Ricardo Quirino, como forma de agradecimento.