Audiência debate políticas públicas para adultos com Transtorno do Espectro Autista
Uma audiência pública realizada na noite de terça-feira (12.abr), no plenário Teotônio Vilela, de iniciativa do vereador Professor Marcos Carvalho (PT), debateu políticas para adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O evento reuniu especialistas, representantes de entidades, autoridades e, principalmente, pais e mães de jovens com TEA, que puderam falar sobre as necessidades de seus filhos e as angústias com relação ao futuro.
Segundo o vereador Marcos, a audiência visava provocar o poder público nas três esferas – municipal, estadual e federal – para que pense em políticas públicas que atendam essa parcela da população.
O vereador citou números que justificam a urgência em se atentar ao tema: a cada 100 crianças, uma é autista; e no Brasil há cerca de 2 milhões de pessoas com TEA.
Professor Marcos defendeu políticas para os adultos autistas, que sejam intersetoriais e integradas aos atendimentos clínicos, psicológicos e demais necessidades, além da criação de espaços de acolhida e avanços em pesquisas.
Pai de um menino autista, o vereador Reamilton Espíndola (Republicanos) contou um pouco do seu cotidiano, explicou que entrou na política justamente pela causa e reafirmou sua luta pela criação de uma clínica-escola em Anápolis.
A presidente da Associação Pestalozzi de Anápolis, Geli Sanches, colocou a entidade à disposição para ceder seu espaço aos finais de semana, com a proposta de oferecer ações voltadas para o adulto autista. Ela também conclamou a união de esforços para a conquista de mais apoio do poder público à causa.
Mãe de uma jovem autista de 17 anos, Soraya Andrade Chegas, que também é voluntária na Pestalozzi, enalteceu a iniciativa da audiência e comentou que a luta não é fácil, mas a causa é apartidária e o encontro de todos representa o começo de algo importante.
Eliane Conegundes Ribeiro, mãe de um autista adulto, de 22 anos, deu um depoimento emocionado e trouxe à tona a angústia da falta de oportunidades para que seu filho se torne minimamente independente no futuro, pois não há qualquer apoio do poder público no sentido de criar ambientes para que isso aconteça. Ela conclamou que as proposta fossem colocadas no papel e trabalhadas para que se tornem realidade.
Também esteve na audiência a diretora de Inclusão, Diversidade e Cidadania da Secretaria Municipal de Educação, Juliana Siqueira, que colocou a rede pública à disposição. Ela informou que hoje são 397 cuidadores para 2.563 crianças matriculadas com algum tipo de deficiência, mas que um edital será publicado convocando novos profissionais aprovados em concurso.
A diretora do Colégio Estadual Zeca Batista, Simone de Pescara, relatou os desafios e experiências de atender alunos autistas na unidade de ensino. Laura Landin, advogada, representante da OAB na audiência, falou sobre direitos garantidos por leis e se colocou à disposição da causa. O psicólogo Lucas Landin também discursou na audiência, dando um panorama do cenário que se depara no dia a dia ao atender pessoas com TEA.
A Apae Anápolis teve a fala da sua coordenadora de Serviços de Reabilitação Intelectual, Pauline Oliveira. A superintendente da entidade, Nancy de Oliveira, também estava na audiência.
Sueni Moreira e Beatriz Mendes também falaram na audiência e se colocaram à disposição para contribuir na busca por conquistas que atendam adultos autistas.