Antônio Gomide diz que corte de incentivos fiscais também afetará receita das prefeituras
Gomide lembra que incentivos garantem mais empresas, que geram receita para os municípios (Foto: Ismael Vieira)
O vereador Antônio Gomide (PT) reforçou em discurso na tribuna, nesta terça-feira (4.dez), seu posicionamento de defesa da manutenção dos incentivos fiscais em Goiás, e disse que qualquer corte prejudicará diretamente Anápolis, não apenas com a extinção de empregos, mas também com a redução da arrecadação do ICMS.
“Para [o poder público] ter mais receita, a única forma é aumentando empresas, que aumenta a arrecadação do ICMS”, discursou Gomide, explicando que o dinheiro arrecadado com esse imposto volta para as prefeituras. “O Coíndice é ligado diretamente ao Daia”, disse o vereador, se referindo ao índice que divide o bolo do ICMS entre as cidades.
Projeto de lei do governador José Eliton (PSDB) em tramitação na Assembleia Legislativa confirma os incentivos fiscais concedidos para indústrias de todos os setores em Goiás, mas há uma articulação do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) para que a proposta sofra mudanças, com alguns cortes.
Gomide pediu a união de esforços das lideranças locais para que a população não seja prejudicada. “Anápolis não foi chamada para debater essa lei que muda a vida econômica da nossa cidade”, comentou. O vereador lembrou que em encontro dos candidatos a governador na Adial (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás), nenhum deles falou sobre corte de incentivos, inclusive o senador Caiado. “Depois que ganha a eleição pode mudar dessa forma, mesmo antes de tomar posse?”, argumentou.
O vereador petista frisou que não é a primeira vez que isso ocorre em Goiás, já que na campanha de 2014 o então candidato Marconi Perillo (PSDB) havia dito que não venderia a Celg, mas quando venceu o pleito e assumiu, já no primeiro ano, privatizou a companhia de energia elétrica.
Gomide disse que o argumento do governador eleito é que muitas empresas ganharam incentivo fiscal em troca de doações na campanha, mas que seja estudado caso por caso, identificando essas situações. “Não se pode tirar o benefício de todos”, comentou.