“Problema do Sisreg está além da questão de agendamento de consultas”, diz diretor de Regulação
Foto: Ismael Vieira
A convite do vereador Jakson Charles (PSB), líder do prefeito Roberto Naves (PTB), na Câmara Municipal, o diretor municipal de Vigilância e Controle em Saúde, Daniane Marinho participou da sessão ordinária desta terça-feira (22.mai). Daniane esclareceu as dúvidas dos parlamentares em relação as dificuldades que os usuários do SUS estão encontrando para o agendamento de exames, consultas e cirurgias.
Daniane explicou que o Sisreg é o sistema on-line do Ministério da Saúde, criado para o gerenciamento de todo complexo regulatório, indo da rede básica a internação hospitalar, visando a humanização dos serviços, maior controle do fluxo e otimização na utilização dos recursos.
“Portanto, os problemas do Sisreg vão além da questão do agendamento de cirurgias e exames médicos. A compreensão que a população tem do sistema é muito restrita. As complicações na regulação não são méritos apenas de Anápolis”, disse.
De acordo com Daniane, a Secretaria Municipal de Saúde busca respostas e soluções junto ao Governo Federal para a normalização no serviço que passa por atualização, daí o seu comprometimento.
“Em Anápolis a regulação funciona, emboras nesse momento temos o problema do sistema on-line a nível nacional. A dificuldade que temos, e é difícil de resolver é com a oferta dos serviços de saúde que prejudica o processo regulatório”, comentou o diretor.
A exemplo da colocação, Daniane citou que se um clínico geral encaminha uma criança para o cardiopediatra, é difícil conseguir atendimento pelo SUS porque aqui em Anápolis não tem o profissional disponível credenciado pela rede. “Ou seja, temos condições de oferecer o serviço, mas não temos o profissional para o atendimento”, acrescentou.
Daniane disse que há 52 dias está responsável pela Regulação. Nesse tempo ele conseguiu fazer um levantamento das dificuldades do departamento e elaborou um diagnóstico da realidade do município. O diretor deixou uma cópia do estudo com o presidente da Câmara, Amilton Filho (SD) e com o presidente da Comissão de Saúde da Casa, vereador Lélio Alvarenga (PSC).
“Peço que os demais vereadores façam uma cópia, conheçam os problemas e nos ajudem a buscar soluções para resolvê-los”, disse.
Daniane disse que enquanto o Ministério da Saúde não atualiza o sistema on-line de regulação, a Prefeitura de Anápolis criou uma força tarefa com 60 profissionais que atuarão, exclusivamente nessa área. São 30 servidores e 30 estagiários que, após um processo de capacitação, vão trabalhar nas unidades de saúde e na Central de Regulação. Cada unidade de saúde contatá com uma pessoa exclusivamente para o agendamento de exames e consultas, conforme a demanda chegar.
Caso o funcionário na unidade não consiga o agendamento, o pedido segue para a Central que já está funcionando em regime de plantão, pois os únicos horários que o Sisreg funciona são fora do expediente comercial, ou seja, madrugada e finais de semana.
UTI’s
Daniane Marinho também falou sobre a questão dos leitos de UTI’s disponíveis no município. Segundo ele, Anápolis é pactuado com dez cidades, mas é referência na busca de atendimento de pelo menos 72 outros municípios.
“A cidade tem 49 leitos de UTI’s, dos quais 21 são adultos, e os demais são pediátricos e neonatal. Regular essas vagas é bastante complexo. O leito não é da Prefeitura é do Ministério da Saúde. Assim temos 49 leitos e uma população de mais de um milhão de pessoas dependentes dessa disponibilidade”, lamentou.
Daniane disse ainda que está realizando estudos e projetos para disponibilizar pelo menos mais dez leitos de UTI’s na cidade. “Seriam 10 adultos, 5 pediátricos e mais 5 neonatal. Não sei em quanto tempo será possível disponibilizar esses novos leitos, mas estamos trabalhando para tornar realidade. Não vai resolver o problema nem de longe, mas vai melhorar a cobertura”, acredita.
Por fim, o diretor de regulação informou que para a área de cobertura de Saúde, Anápolis precisaria ter pelo menos menos 130 leitos de UTI’s. “Estamos bem distantes disso. O Estudo que realizamos também mostra que no geral o município tem o déficit de pelo menos 570 leitos para atender a demanda de pacientes que tem a cidade como referência no atendimento a saúde pública”, concluiu.