“A mulher tem autonomia e direitos, o que falta é igualdade”
A médica Tricia Barreto de Moraes do Carmo, especialista em Ginecologia e Obstetrícia, ao longo da vida aplicou suas habilidades profissionais em benefício de ações sociais e humanitárias.
Médica de carreira da Aeronáutica desde 2001, Dra. Tricia Barreto, em suas atividades nas áreas da saúde e social, desenvolve atos concretos de apoio e conscientização das mulheres.
A importância de suas ações renderam reconhecimentos como o título de Cidadã Anapolina em 2018, pela Câmara de Anápolis e, em 2020, recebeu a medalha “Berenice Artiaga", na Assembleia Legislativa de Goiás.
Na celebração do Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março, a vereadora vê como essencial a participação da mulher na política, de fraternidade entre elas, e de políticas públicas que contemplem as mulheres na segurança, saúde, educação.
Qual a importância da participação da mulher na política?
Por muito tempo nossos direitos eram cerceados por não termos representatividade na política. Acredito muito no lugar de fala, em que mulheres falam sobre o que deve ser feito para nós mesmas.
Essa foi minha bandeira durante a campanha e sempre será. Tenho a certeza, ao ver uma bancada feminina na qual há sororidade (fraternidade entre mulheres), cinco vereadoras unidas em prol de um mesmo propósito. É possível sonharmos com um caminho de grandes mudanças para todas.
A Câmara tem a maior bancada feminina de sua história. Que avanços isso pode trazer para as ações voltadas às mulheres anapolinas?
Acredito que através de uma representatividade tão significativa, estamos mais alinhadas com as mulheres anapolinas, que carecem de políticas públicas que as contemplem na segurança, saúde, educação. E também promovendo o desenvolvimento igualitário quanto a cursos de qualificação, por exemplo.
Neste dia 8 de março, as mulheres têm motivos para comemorar? Em que campo é necessário avançar?
Sim e não. A mulher tem autonomia e direitos, o que falta é igualdade.
As mulheres, há cem anos, eram consideradas pessoas que deveriam ser tuteladas, protegidas. Aquela velha história, a mulher tinha que sair da tutela do pai para ficar sob a tutela do marido e, ao longo desses cem anos essa situação foi mudando. A mulher tem um papel essencial na sociedade, tem autonomia e tem direitos garantidos, o que ainda falta é a igualdade de direitos.
Muitos patrões não querem contratar mulheres porque acreditam que seu rendimento no trabalho, influenciado para maternidade, será menor que o do homem.
Devemos também superar as barreiras salariais, porque ainda existem muitas mulheres com renda inferior a dos homens, o que é facilmente comprovado por pesquisas e estatísticas. Além disso, muitas vezes as mulheres se autoboicotam quando dão uma educação machista para os filhos. Cada uma de nós precisa revisar os conceitos para que possamos desfrutar de direitos iguais.
Alcançamos lugares incríveis, mas ainda temos um longo caminho a percorrer.
Foto: Assessoria
Edição: Marcos Vieira